swirling
Não busques não esperes
[...]
Diz de novo a fascinante simplicidade
António Ramos Rosa in ONDE OS DEUSES SE ENCONTRAM - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Automat (1927)
Edward Hopper
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
Não busques não esperes
[...]
Diz de novo a fascinante simplicidade
António Ramos Rosa in ONDE OS DEUSES SE ENCONTRAM - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Automat (1927)
Edward Hopper
Mais para ler
inacessível corpo em outro corpo vivo
As pernas são o grito
no rosto no vento A língua
contra a língua
ou antes as duas línguas que a destroem
Vertigem dos limites
contra a vertigem
[...]
Ancas intermináveis Flancos
que trucidam quando oscilam
António Ramos Rosa in FRAGMENTOS: FIGURA - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Mais para ler
Quem bem faz sempre bem espera.
Francisco Vaz da Silva – Gata Borralheira e Contos Similares (2011)
Círculo de Leitores e Temas e Debates (2011)
Mais para ler
Não era mau ser-se estúpido desde que a ignorância fosse verdadeiramente nossa.
Charles Bukowski – Mulheres (1978)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2003)
Mais para ler
Vai apreensivo com o destino do Lourenço (...) O homem tem cinco filhos e deve estar a esta hora a arrepelar-se para inventar com que lhes dar de comer.
Põe-se Frei Pedro a arquitectar planos para tirar o Lourenço da encrenca e ocorre-lhe que a solução poderá passar pelo padre Sepúlveda (...)
Santas tardes, senhor abade. E vá de lhe trinar a miséria do Lourenço, da mulher e dos cinco filhos, com acordes trágicos e tons patrióticos. Pois, que se há-de fazer... É a vida - conforma-se o cura. Frei Pedro simula espanto e indigna-se, que não se pode cruzar os braços e deixar à fome o mártir do despotismo jacobino! E, na embalagem, avança a sugestão. E se, este ano, o senhor padre Sepúlveda abdicasse do abadágio e, em seu lugar, se procedesse à recolha dos géneros pelas famílias, para acudir ao Lourenço, até se achar remédio mais duradouro? O cura empalidece, e estaca junto aos rebentos das tronchudas, fulminado. Ó Frei Pedro, o abadágio é uma tradição secular! Então quer que eu dê esse desgosto aos meus paroquianos?! Frei Pedro põe os olhos em alvo. Só este ano... O abade retoma o passeio, a fugir àquele raio que siderou o seu sossego, àquele apelo que o mói. Bom, bom, bom... Deixe lá isso comigo - diz, iluminado pela disposição de esfolar a paróquia. - Cá me arranjarei para que haja peditório para o Lourenço. E abadágio.
Álvaro Guerra – Razões de Coração (1991)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
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