Quem me segue, sabe que, nunca encontra textos criados por mim e que relatem a minha vida pessoal, familiar, social,...,.
No entanto, hoje, abro a exceção (e que exceção!) - não tanto por mim, mas pelas centenas de pessoas que, imagino eu, se encontram na mesma situação que eu e que tal como eu sentiram um gosto amarguíssimo de injustiça social.
Como sou viúva, e recebi metade da pensão de viuvez no passado mês, a saber, metade de €198, não vou receber os €125 de apoio. Vão-me ser pagos € 26, através da segurança social/CGA, na próxima segunda-feira dia 24 de outubro.
O mesmo vai ser aplicado às minhas filhas que, por terem recebido metade da pensão de orfandade, não vão ser consideradas para os €50 de apoio por dependente.
CONCLUSÃO: SE O MEU MARIDO FOSSE VIVO, EU TERIA MAIS UM SALÁRIO POR MÊS, TERIA OS €125 X2 E TERIA €50X3! (sim, porque o rendimento estaria enquadrado nos valores elegíveis para o apoio).
É A JUSTIÇA SOCIAL (EM MODO CEGUEIRA FINANCEIRA) EM TODO O SEU ESPLENDOR!
Tenho 41 anos, viúva quase há cinco, mãe de três meninas com 8 e 5 anos (duas gémeas que à data da morte do pai tinham 5 meses).
Tenho mantido uma vida limpa, digna e senti-me hoje atirada para a berma, enlodada, sem perceber bem o porquê.
Em Portugal, segundo informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa média de suicídios está acima da média global, nomeadamente 13,7 por cem mil habitantes, face a uma taxa mundial de 10,7. Ainda segundo a OMS, suicidam-se diariamente em todo o mundo cerca de 3000 pessoas, uma a cada 40 segundos. E por cada pessoa que se suicida, 20 ou mais cometem tentativas de suicídio. O número anual de suicídios representa cerca de metade de todas as mortes violentas registadas no mundo, estimando-se que, em 2020, esse número atinja 1,5 milhões, revela a OMS.
Este ato de desespero está comumente associado a depressões, alcoolismo, desordens bipolares, esquizofrenia e ansiedade extrema. Estima-se que cada tentativa de por termo à vida afeta pelo menos seis pessoas circundantes e, portanto, milhões sofrem com este problema todos os anos.
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Ajude essa pessoa a pedir ajuda
O suicídio é evitável.
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Mantenha-se a par e em contacto regular com o individuo, continuando a apoiá-lo sem julgamentos. Deixe-o sentir que está disposto a falar e ouvir. Pode ser difícil e, ao mesmo tempo, avassalador dar apoio a alguém que enfrenta problemas de saúde mental e pensamentos suicidas. Perceber a doença mental que têm pode ser muito útil para os ajudar. Tente encontrar informação junto de fontes fidedignas.
Mas não se esqueça, o processo é tão traumatizante para quem tem a doença, como para os que estão por perto a tentar ajudar, movendo forças e fundos na tentativa de ajudar um amigo, familiar ou colega. É, nesse sentido, aconselha-se também a que a pessoa não descure de si. Procure apoio especializado de forma a que o seu esforço seja eficaz e não o afete em demasia.
o único meio de sacudir tragédias e enfrentar desgraças é encará-las de frente e de coração ao alto. E, virando-se para o defunto no retrato, arranca a confirmação: Sabes bem, ó Sarmento, que sempre fui mulher de honra e de coragem! Se Deus te tragou nas ondas do mar, foi porque achou ser eu capaz de governar-me sozinha!
Álvaro Guerra – Razões de Coração (1991) Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
(obrigada B. pelo privilégio de me ter tornado mãe contigo. pela honra de ser mãe das tuas filhas. direi sempre às nossas meninas que são filhas de um homem bom. o melhor homem que conheci até hoje. para sempre , eu e tu, - pai e mãe - pais em planos espirituais diferentes.
- Eu diria que a Nancy te deixou por causa de outro homem. Preto, branco, vermelho ou amarelo. Toma nota desta regra e estarás sempre protegido: uma mulher raramente deixa uma vítima sem ter outra à mão.
- Meu - disse Paul -, eu preciso de ajuda, não de teoria.
- A menos que compreendas a teoria, vais precisar sempre de ajuda...
Charles Bukowski in Harry Ann Landers - Música para Água Ardente (1983)
Eu sentei-me num cadeirão à frente dela. Ela bebeu uma cerveja e contou-me o que se passava: « Eu amo-o, sabes, mas não consigo qualquer contacto, ele não fala. Eu digo-lhe fala comigo! Mas, por Deus, ele não fala. Ele diz: " Não és tu, é outra coisa." E é o fim da conversa.»
Charles Bukowski in Não Foi Bem Bernadette - Música para Água Ardente (1983)