Não consigo flutuar com suavidade nem misturar-me com os outros. Prefiro o olhar dos pastores que encontro no caminho; o olhar das ciganas que alimentam os filhos ao lado das carroças
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Não somos obrigados a vergar as costas e a apanhar todas as chicotadas que nos quiserem dar. Também não somos carneiros, prontos a seguir um mestre. Somos criadores.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
"Es la canción con la que quiero definir -en esencia- a ese grupo de personas que solemos ladrar, pelear ante la vida y la adversidad, hacerles frente a veces con dureza, a veces firmes como una roca, pero siempre en el ánimo de arreglar las cosas. Para los amantes de la diatriba no beligerante, esa que aspira a escuchar todas las posturas manifiestas. Esas personas. Esas. Esas que son tan distintas de las que nunca dicen nada pero que, cuando menos lo esperas, atacan y asestan un mordisco mortal para herir como única finalidad.
Yo ladro, mucho, pero no muerdo. El bozal es para los que muerden. Esto lo digo como mujer."
Não faz nada. É uma pessoa que não faz nada e a quem esse estado de não fazer nada ocupa a totalidade do tempo.
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Plus j'avance et plus je sais Que t'es là, toi mon ego Faut que je m'en aille Je sais que je déraille Aujourd'hui je t'écris Je brûle tout ce que tu me dis, maudit Vomis tout ce qui brille La guerre s'en suit On est loin, on est loin Du jardin d'Eden Éternelle réalité Libérez, libérons, nous de nous-même Qu'à t-on fait de la vérité? Brisez les, brisez les, brisez toutes les haines Dévoilez, n'affrontez que moi Le seul combat Auquel je crois C'est contre moi, moi, moi, moi, moi Libère ton esprit Ecoute chanter le monde Pourquoi passer sa vie À courir après une ombre? Juste une pâle copie Une voix qui t'entraîne Et petit à petit Elle prend ton oxygène We are the war The war en nous même J'veux voir J'veux voir J'veux voir la lumière Libère toi C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego On est loin, on est loin Du jardin d'Eden Entre joie et fatalité Libérez, libérons, nous de nous-même Pourquoi souffrir lorsqu'on peut s'aimer? Brisez les, brisez les, brisez toutes les chaînes Dévoilez, être que soi Le seul combat Auquel je crois C'est contre moi, moi, moi, moi, moi Libère ton esprit Ecoute chanter le monde Pourquoi passer sa vie À courir après une ombre? Juste une pâle copie Une voix qui t'entraîne Et petit à petit Elle prend ton oxygène We are The war The war en nous même J'veux voir J'veux voir J'veux voir la lumière Libère toi C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego C'est l'é, c'est l'é, c'est l'é, c'est l'é L'ego, l'ego, l'ego, l'ego Libère toi
[...] estudo mostrou mudanças notáveis na expressão do racismo: uma redução no racismo biológico, tradicional, flagrante, ao mesmo tempo que surgia um racismo mais indirecto e subtil, que se exprime mais no benefício do branco do que em sentimentos antinegro [...]
Embora o racismo tenha, em muitas situações, evoluído de flagrante para subtil [...] a verdade é que persiste e, consequentemente, a probabilidade de a discriminação racial e a violência contra pessoas percebidas como tendo «origens étnicas ou cor diferente» continuar a ocorrer é elevada.
Jorge Vala –Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu(2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)
A perceção de que estariam a registar-se alterações na expressão do racismo, levou ao conceito de racismo cultural na Europa dos anos 80, quando se regista uma nova argumentação a favor da rejeição da imigração proveniente das ex-colónias europeias [...]
Embora o racismo biológico não seja posto de parte nestes movimentos, os argumentos contra a imigração de não-brancos e a rejeição em geral de pessoas de origem não-europeia focam a «diferença cultural», sendo progressivamente sistematizados e difundidos os princípios ideológicos do que viria a ser classificado como «novo racismo», ou «racismo diferencialista», ou ainda «racismo cultural», por vários cientistas sociais e filósofos. Esses princípios ideológicos podem ser resumidos da seguinte forma: as diferenças culturais entre grupos de humanos são muito profundas e remetem para diferenças de natureza; algumas culturas são superiores a outras; culturas diferentes são intrinsecamente incompatíveis e dificilmente podem coexistir numa mesma sociedade [...]
É só nos anos 90 que surgem as primeiras pesquisas que examinam se e como o senso comum inferioriza culturalmente, e se esta inferiorização se pode conceptualizar como uma nova forma de racismo.
Jorge Vala –Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu(2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)
Uma pesquisa ilustra bem a resistência dos estereótipos à evidência e, das diferentes situações que envolvia, salientamos duas: uns participantes eram confrontados com fotografias de um grupo de pessoas negras, bem vestidas, descritas num pequeno texto como tendo obtido sucesso na vida; outros participantes eram confrontados com fotografias das mesmas pessoas negras, mas agora vestidas de forma simples e descritas como tendo fracassado na vida. Era pedido aos participantes que avaliassem a cor dos membros de cada um dos grupos, num contínuo de mais negro a mais branco. Os resultados foram claros: as pessoas que apareciam bem vestidas nas fotografias e no cenário de sucesso foram percebidas como mais brancas do que as vestidas de forma simples. Das diferenças de sucesso os participantes inferiram diferenças de cor. Ao que parece, quando a realidade não confirma o estereótipo, mudamos a (perceção da) realidade para manter o estereótipo.
Jorge Vala –Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu(2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)