capacidades
Há pessoas assim, fechadas, que não podem aprender nada com ninguém [...] Como as mulas.
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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Há pessoas assim, fechadas, que não podem aprender nada com ninguém [...] Como as mulas.
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Vamos voltar a fingir que a vida é uma substância sólida, com a forma de um globo, e que a podemos fazer girar por entre os dedos. Vamos fingir ser capazes de elaborar uma história simples e lógica, de forma a que, uma vez encerrado um assunto - por exemplo, o amor - possamos avançar de forma ordenada para o ponto seguinte.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
le vide n'abolit pas l'inconnu mais l'éblouit
[...]
Tudo arde ainda na minuciosa paciência
[...]
Intensidade e tensão
da atenção pura
que sabe conter o que não se pode conter
estremecimento que não treme
tudo respira no silêncio
[...]
amorosos dedos de um amor da terra
[...]
teia aberta
[...]
e navio submerso
[...]
pedra de infinita transparência
[...]
paciência ardente
[...]
vazio amante
[...]
mão que penetrou no impenetrável
[...]
a infinita intensidade do contacto
António Ramos Rosa in UM ESPAÇO DE SILÊNCIO (Proposições sobre a pintura de Vieira da Silva) - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Maria Helena Vieira da Silva
Através das suas múltiplas variações os contos maravilhosos apresentam situações de crise e de renovação. Descrevem terríveis tribulações, prodígios de abnegação, sofrimentos insondáveis; mas simultaneamente dão a entender que o sofrimento gera a compreensão, o sacrifício propicia a renovação, a abnegação prepara proventos futuros. Isto é, os contos maravilhosos falam de dias maus numa perspectiva otimista. Incitam auditores e leitores a não baixar os braços, convidam a porfiar.
Francisco Vaz da Silva – Gata Borralheira e Contos Similares (2011)
Círculo de Leitores e Temas e Debates (2011)
O ano de 1991 é de eleições legislativas em Portugal, e como é habitual os partidos vão para a estrada, percorrer o país em campanha eleitoral. O PSD, liderado pelo então primeiro-ministro, Cavaco Silva, passa por Carregal do Sal, perto de Cabanas de Viriato. Uma senhora amiga da minha tia Joana ("a teimosa") convida-a a passar lá uns dias, de modo a que possa encontrar-se, de passagem, com Cavaco Silva, para o interpelar sobre o 3.º artigo da Lei de Reabilitação de 1988 (a indemnização à família), que continuava por cumprir. Cavaco Silva, amavelmente, respondeu a Joana:« O seu pai era certamente um homem bondoso, mas... desobedeceu, lamento, minha senhora.» O processo não avançou (...)
Em 2005 recebo um convite para ir assistir a uma conferência na Universidade Católica, no Edifício João Paulo II. Era de Otto von Habsburg, que tinha vindo a Lisboa proferir uma conferência sobre o seu falecido pai, o último imperador da Áustria, recentemente beatificado. O auditório estava cheio de gente, e entre eles, em lugar de destaque, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e a mulher. As primeiras palavras de Otto von Habsburg foram para dizer que iria dedicar 15 minutos à memória de Aristides de Sousa Mendes, o homem a quem ele devia a vida e a possibilidade de ali estar naquele dia, graças à sua ação de salvamento em Bordéus, durante a Segunda Guerra, desobedecendo a ordens superiores.
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
Alguém a viu sair, essa mulher descalça
que marcha ao longo do muro impaciente e cega?
António Ramos Rosa in CICLO DO CAVALO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...
Vinicius de Moraes
demasiado tarde logrou libertar-se das impaciências juvenis e percebeu que a única salvação reside no aplicar-se às coisas que existem.
Italo Calvino - Palomar (1983)
Planeta DeAgostini (2001)
Esperança: o teu nome verdadeiro é teimosia
José Gomes Ferreira in Eléctrico
José Gomes Ferreira – Poeta Militante I
Círculo de Leitores (2003)
112 seguidores
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