um tango por dia
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
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O que eu amo está perto entre a terra e o ar.
António Ramos Rosa in O OBSCURO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Como se não chovesse
não fosse rua ou realidade
(olhares molhados
corações encostados)
e houvesse credo eternidade
o compasso um-dois
(um-contemplado dois-apaixonado)
um-dois vezes quatro
funda cidade
(sete envergonhado oito-apunhalado)
jeito devasso
som sem tecto
movimento inteiro
ângulo recto perna esquecida
(um-dois vezes quatro
para toda a vida)
volta atrás demora o passo
acordes no ar humidade remida
(um-dois vezes quatro)
praça rendida instante fugaz
abraço sem idade mãozita audaz
um-desejado dois-apertado três-pecado
quatro-loucura
vezes alma pura
e o corpo dançando
a música a esmorecer o braço agitando
o amor que lhe vai
a morrer a morrer
num último ai…
TANGO
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Sou um rapaz com um fato de flanela cinzenta. Ela encontrou-me. Toca-me na nuca. Beija-me. Tudo se desmorona [...] Qual a coisa que faz mexer o meu coração, as minhas pernas? Foi então que aqui cheguei e te vi, verde como um arbusto, como um ramo, muito quieto, Louis, com os olhos vítreos. «Estará morto?», pensei, e beijei-te. Por baixo do vestido cor-de-rosa, o meu coração saltava, semelhante às folhas, que, e muito embora nada exista que as faça mexer, não param de oscilar. Agora, chega-me ao nariz o odor a gerânios; chega-me ao nariz o odor a terra vegetal. Danço. Ondulo. Deixo-me cair sobre ti como uma rede de luz. Deixo-me ficar deitada em cima de ti, a tremer.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para repousar do amor, vamos à cama
O CHÃO É CAMA PARA O AMOR URGENTE”, DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
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