Odeio cerimónias, lamentações [...] Odeio igualmente a pompa, a indiferença e o ênfase, sempre colocado no local errado, de todas as pessoas que se pavoneiam à luz de candelabros envergando vestidos de noite, estrelas e condecorações
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Um dos mais infames costumes observados na Prisão de Fleet, nos séculos dezassete e dezoito, era a celebração de cerimónias de casamento por clérigos desonestos e dissolutos. Estes funcionários, na sua maioria presos por motivo de dívidas, insultavam a dignidade da sua sagrada profissão ao casarem nas instalações da Prisão de Fleet, a qualquer instante, quaisquer pessoas que se apresentassem perante si para esse propósito. Não eram feitas perguntas, como não se impunham condições, exceto em relação à taxa cobrada pelo serviço ou à quantidade de bebida a emborcar na ocasião. Aconteceu frequentes vezes clérigo, escrivão e noivos estarem embriagados por altura da celebração da cerimónia.