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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

04
Out23

província retangular

Cecília

So when I got back and saw that he was so sorry, I told him that, the business about this being a class thing, very calmly, and do you know? We must have talked for two hours straight, we just talked and talked, and he said he was kind of a peasant too, and that's why he was so sensitive about people being provincial, because all his life he had deep down felt provincial, and he didn't want to be. He said, I'm a snob Olive, and I'm not proud of that. 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

Clero, Nobreza e Povo, Vila Velha do Cu de Judas
Cartoon de João Abel Manta, Lisboa, 1970 (c.), Portugal.

in https://www.arquipelagos.pt/imagem/clero-nobreza-e-povo-vila-velha-do-cu-de-judas-cartoon-de-joao-abel-manta-1970-c-portugal/

 

02
Jun23

vacinem-se! ah, esperem, falta o €€€€€€€€

Cecília

A vacinação é um dos exemplos que ajudam a perceber o desequilíbrio da balança quando se pesam setores. Os hospitais foram os primeiros locais a receber as vacinas contra a COVID-19, ainda no ano de 2020. Na prática, médicos, enfermeiros, auxiliares e trabalhadores da limpeza foram vacinados, num processo que demorou alguns meses. É aqui que o equilíbrio começa a desvanecer-se: quem limpa é normalmente contratado por empresas externas, não faz parte do Serviço Nacional de Saúde e, por isso, cerca de metade das mulheres que limpam os hospitais não foram incluídas nas listas prioritárias. Em abril, altura em que o plano de vacinação já incluía parte dos professores e auxiliares das escolas públicas e privadas, as empregadas dos maiores hospitais [...] ainda não tinham recebido qualquer dose da vacina. Algumas instituições começaram então, por sua iniciativa, a vacinação de todos os seus trabalhadores, mas em certos casos foi necessário avançar com abaixo-assinados entregues às administrações. 

 

Rita Pereira Carvalho  – As Invisíveis, Histórias sobre o trabalho de limpeza (2022)

Fundação Francisco Manuel dos Santos, Rita Pereira Carvalho (2022)

 

 

31
Mai23

e ao costume, nada a dizer

Cecília

"Anita," Fergus said, turning to her. "This is a hell of a world we live in."

"Oh, I know," Anita said casually. She nodded. "Yuh, I know." She added, "Always has been, I suspect."

"Do you think so?" Fergus asked. He looked at her through his sunglasses. "Do you think it has always been this bad, really? It seems to me like things are getting crazier."

Anita shrugged. "I think they've always been crazy. That's my view." [...]

After another few moments he said, "Things all right with you, Anita?"

She gave a sigh that made her cheeks expand for a moment. "Nah." She looked both ways on the road and said, "Gary's been a mess since he got laid off, and that was a few years ago, and my kids are crazy." She looked at Fergus and made a circle around her ear with her forefinger. She said, "I mean, they are really crazy." She shook her head. "You know what my oldest son is into? He watches some Japonese reality shows on his computer where the contestants sniff each other's butts."

Fergus looked over at her. "God," he said. Then he said, "Come on, Anita, the world has certainly gotten crazier."

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

 

29
Mai23

mobiliário urbano

Cecília

A melhor maneira de um aristocrata iluminar alguma coisa é pendurado num candeeiro. Lê Byron, canto XI, estrofe XXVII do Dom João.

 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

i love my sofa (2015)

Fiorentina Giannotta

 

29
Mai23

lavagens

Cecília

Ismário diz [...] «Nas limpezas há sempre alguém que suja de dia e alguém que tem de limpar à noite.»

 

Rita Pereira Carvalho  – As Invisíveis, Histórias sobre o trabalho de limpeza (2022)

Fundação Francisco Manuel dos Santos, Rita Pereira Carvalho (2022)

 

 

 

26
Mai23

a limpeza na AR

Cecília

Das mulheres dos hospitais, passamos para as mulheres do Parlamento. E não, não são as senhoras deputadas. Aqui fala-se daquelas que são as primeiras a entrar na casa da Democracia. Para a limpar. Às sete da manhã, quando ainda nem os jornalistas podem passar a barreira do detector de metais, já estas mulheres estão em São Bento, de pano e esfregona em punho. Enquanto os deputados se preparavam para discutir, por exemplo, se o 25 de abril deveria ser comemorado com 130 pessoas, ou se as figuras do Estado deveriam confinar-se aos seus espaços e festejar mais tarde a Liberdade, ouviam-se nos corredores os carrinhos atulhados de papel higiénico para garantir que os senhores deputados tinham todas as condições garantidas na hora de uma visita à casa de banho.

Como as cadeiras do Parlamento não se limpam sozinha através do teletrabalho, a solução para dominuir o risco de contágio nestes locais entre as profissionais de limpeza passou por criar um sistema de rotatividade, dividindo as cerca de 50 empregadas em dois grupos. Assim, as que trabalhavam durante uma semana ficavam em casa na semana seguinte. A exceção ia para os dias de plenário, cujos encontros foram reduzidos a um por semana durante o estado de emergência. Ou seja, nestes dias, todas as trabalhadoras se apresentavam ao serviço. 

 

Rita Pereira Carvalho  – As Invisíveis, Histórias sobre o trabalho de limpeza (2022)

Fundação Francisco Manuel dos Santos, Rita Pereira Carvalho (2022)

 

 

 

23
Mai23

da saga: "não sou racista [mas...] porque insisto em não tirar as palas dos olhos" III

Cecília

"Dad! They called you Frenchie?" Oh sure, Denny said, with a chuckle. "It's not funny," his son had said, adding, "Mrs. Kitteridge, way back in seventh grade, she told us this country was supposed to be a melting pot, but it never melted, and she was right," and he had gotten up and walked away, leaving Denny with his yearbook open on the kitchen table.

Mrs. Kitteridge was wrong. Times changed.

But Denny [...] now saw his son's point: To be called "Frenchie" was no longer acceptable. What Denny's son had not understood was that Denny had never had his feelings hurt by being called "Frenchie." As Denny kept walking, digging his hands deeper into his pockets, he began to wonder if this was true. He realized: What was true was that he, Denny, had accepted it. 

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

 

23
Mai23

da saga: "não sou racista [mas...] porque insisto em não tirar as palas dos olhos" II

Cecília

Olive was telling Jack about the Somalis, who had moved here more than fifteen years ago, how it had caused a ruckus at first, Maine being such a white, white state. "And old," Olive added. But the Somalis were very entrepreneurial, according to Olive, and had started a bunch of businesses in town. 

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

 

23
Mai23

da saga: "não sou racista [mas...] porque insisto em não tirar as palas dos olhos" I

Cecília

Halima looked concerned. "I don't like that," she said. "You should not be living alone."

Olive made a noise of disgust, waving her hand to indicate that this was a stupid thing to say. But Halima sat forward, pointing a finger at Olive. "In my culture," she said, "you would never be alone."

Olive didn't care for that. "Well, in my culture," Olive said, pointing her own finger toward the woman, "sons get married, go away, and never come back."

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

 

 

18
Abr23

sem norte

Cecília

Quero falar-vos de uma criança

Que sofreu e ainda sofre

Com a devastação da guerra

E ninguém quer saber.

Uma criança cujos direitos são usurpados,

Cujos dias são contados,

Que passa a vida como uma pena.

Dizem que assinámos um acordo de paz,

Mas por amor de Deus,

De que paz falam vocês?

(...)

Sonhos destruídos,

Ambições quebradas.

Uma criança que sonha dormir sobre uma almofada

E estudar.

Tudo se desmoronou

Mas a nossa vontade continua forte

Porque acreditamos

Que haverá um amanhã melhor

E que a paz vai chegar.

(...)

Excertos do "Poema para a Paz" escrito por Muzdalifa, 17 anos, Sudão

(UNICEF)

 

https://gilmaraunesp.wordpress.com/2011/06/09/o-sudao-e-um-retrato-da-africa/

 

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