" [...] Have a cry like you've never had in your life. And when you're done, get yourself something to eat. I bet you haven't eaten a thing all day."
"You're right, I haven't. And I will eat something, I promise. But I don't feel like crying anymore, Bernie. I feel... I feel like I could practically sing."
"Then do that," he said.
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)
"Es la canción con la que quiero definir -en esencia- a ese grupo de personas que solemos ladrar, pelear ante la vida y la adversidad, hacerles frente a veces con dureza, a veces firmes como una roca, pero siempre en el ánimo de arreglar las cosas. Para los amantes de la diatriba no beligerante, esa que aspira a escuchar todas las posturas manifiestas. Esas personas. Esas. Esas que son tan distintas de las que nunca dicen nada pero que, cuando menos lo esperas, atacan y asestan un mordisco mortal para herir como única finalidad.
Yo ladro, mucho, pero no muerdo. El bozal es para los que muerden. Esto lo digo como mujer."
- Olhava para a minha sogra, brilhavam-lhe os olhos. Ela adorava-o e ele tinha um cuidado muito especial com ela.
No carro, dava-lhe sempre o lugar da frente. Ajudava-a a sentar-se, a levantar-se, dava-lhe o braço na rua. Mas se via uma dessas senhoras de nariz empinado e ar importante, dizia: Olha para aquilo, parecem mesmo umas peruas. Detestava as velhas da alta sociedade, porque não via nelas a sinceridade que se vê numa pessoa do campo, pobre, humilde... então, quando lhe aparecia uma cliente a dizer, eu gosto assim, mas o António que acha?, ele faria uma coisa correta. Mas se ela entrasse toda cheia de nove horas: Ai, eu isto, eu aquilo, assim não, quero tudo armado! ele exagerava tanto que ela saía do salão a parecer uma maluquinha. Depois vinha-nos contar e fartávamo-nos de rir.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)