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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

again

17.02.23

«Não subtilizes - disse o poeta. - Deixas as coisas seguirem o seu curso.» Mas a presunção nada diz, e convence sempre. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

aqui, esperando o lá

16.05.21

O simples

estar aqui

deixa livre a ausência.

A presença confunde-se com o vazio exacto. 

 

António Ramos Rosa in MEDIADORA DA PRESENÇA - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

 

 

free fall

07.05.21

A terra é uma frase completa e contínua 

[...]

Nenhum segredo nenhuma voz O cimo é a delícia 

de uma pura igualdade e permanência suave

 

Habitar a terra é ser o olhar e a luz

 

António Ramos Rosa in  TERRA AÉREA - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

 

swirling

03.05.21

Não busques não esperes 

[...]

Diz de novo a fascinante simplicidade 

 

António Ramos Rosa in ONDE OS DEUSES SE ENCONTRAM - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

Automat (1927)

Edward Hopper

 

(recuperando)

02.03.21

um punho de fogo e um verdadeiro sorriso de aurora 

[...]

É toda mar e vento e praia com um adejar de gaivotas nos cabelos.

[...]

o seu adeus uma ondulada mão desfazendo-se entre mar e céu. 

 

António Ramos Rosa in  MUSAS  - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

 

escuto e sei e espero

14.10.19

Com as portas abertas

eu sou o mar que entra. 

Mas sem esquecer o sangue,

eu escuto e sei e espero. 

 

António Ramos Rosa - Obra Poética I 

Assírio & Alvim (2018)

 

 

 

like a woman, like a little girl

05.06.19

Mariana vai suportando cólicas no estômago, presume que por causa do nervoso, da ansiedade, zangada consigo mesma por ter cedido àquelas crendices que insultam a ciência e exploram as superstições dos néscios. Por que viera, então? Pelas mesmas razões que ali levam os outros, pelo desespero. A irritação que sente é por causa de ter esperança e de não a ter, de não ser capaz de manter a linha da razão, de vir à bruxa depois de se rojar aos pés da Virgem na igreja do Convento, de crer em tudo e em nada, segundo os dias e as horas da sua aflição. 

 

 

Álvaro Guerra – Razões de Coração (1991)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)

 

She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl.

 

«Just Like a Woman»
Bob Dylan