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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
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Imagine que é convidado a responder à seguinte pergunta: «Em que medida considera que as pessoas negras e as pessoas brancas em Portugal são muito diferentes, diferentes, semelhantes ou muito semelhantes no que se refere aos valores que ensinam aos filhos?» Imagine que seguidamente teria de responder à mesma questão, agora relativamente ao grau de preocupação que brancos e negros têm com o bem-estar das famílias, a religião, a educação das crianças, os comportamentos sexuais, etc. Esta questão foi objeto de estudo numa pesquisa, já citada, realizada nos anos 90, no quadro do Eurobarómetro. Os resultados mostraram que, quanto mais os respondentes acentuavam as diferenças culturais entre os cidadãos dos países inquiridos e os imigrantes de países não-europeus, considerando-os culturalmente muito diferentes, mais manifestavam racismo biológico e mais consideravam que os imigrantes - por exemplo, pessoas negras no caso de Portugal - eram incapazes de se adaptar à sociedade de acolhimento [...] à primeira vista acentuar ou exagerar as diferenças culturais não pareceria estar relacionado com racismo tradicional e discriminação. Contudo, os resultados são claros e têm mostrado consistência ao longo de 30 anos de pesquisa. A preocupação de Lévi-Strauss tinha razão de ser: a associação subtil entre diferença e inferioridade é prova disso.
Jorge Vala – Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu (2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)
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Estaria relacionada com a emoção que por vezes se sente quando se reconhece aquilo que ainda não se conhece [...]
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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...quando parámos por alguns instantes no terraço que dava para o rio, vimos que as luzes se iam afundando. Os barcos a vapor despejavam os passageiros na margem.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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essa paixão árida que não canta
mas vibra seca no papel incerta
Quem detém os olhos? Quem vê o curso
do vento nas palavras?
E as flechas que por vezes se desfazem?
[...]
Tudo o que o poema faz desfaz
Mas sustenta a ferida
nas margens mais distantes
da distância
na insensata esperança
no abismo
Tu beijas aqui a dança e o desastre
António Ramos Rosa in O INCERTO EXACTO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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um punho de fogo e um verdadeiro sorriso de aurora
[...]
É toda mar e vento e praia com um adejar de gaivotas nos cabelos.
[...]
o seu adeus uma ondulada mão desfazendo-se entre mar e céu.
António Ramos Rosa in MUSAS - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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O teu corpo forte estremece finalmente sob as minhas mãos sob o meu corpo sob as minhas palavras vivas
António Ramos Rosa in O CORPO SOB AS PALAVRAS - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Sinto a perfeição de um corpo
e nos seus olhos perpassa um pouco o medo.
Serei eu quem tu vês?
[...]
Porque tudo é tão breve e tão longo, não sei.
Tenho os olhos fechados de abertos de ternura.
António Ramos Rosa in CICLO DO CAVALO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Sara era uma mulher gentil. Eu tinha de endireitar-me. Quando um homem precisava de muitas mulheres era porque nenhuma delas prestava. Um homem podia perder a sua identidade por foder demasiado. Sara merecia mais do que eu lhe dava. Agora tinha de ser eu a dar.
Charles Bukowski – Mulheres (1978)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2003)
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