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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

1º maio

ou como: ser trabalhador (pobre) é honrado mas... cansativo

01.05.22

«As pessoas andam muito saturadas, é duro. Há muita gente a trabalhar com horário repartido... Entras de manhã e ficas entre as 10h e as 15h, por exemplo... Depois vais descansar, entre aspas, e regressas às 19h para ficares até ao fecho. Como ninguém aguenta as rendas em Lisboa, mora tudo no Barreiro, ou na Linha de Sintra, não vais a casa. Ou seja, não descansas, fazes quase uma jornada contínua, todos os dias.»

 

Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)

Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)

 

 

diz-me menina como brincas...

16.11.16

" Tappey: O mais antigo e popular género de poesia pashtun. É composto de dois versos, o primeiro sempre mais curto, com nove sílabas; o segundo, com treze. As meninas do vale do Swat gostam de brincar a inventar versos e ganha o jogo quem fizer as melhores rimas. No Afeganistão, esse tipo de poesia também faz parte do folclore e é chamado de landay. " 

 

Adriana Carranca - MALALA, a menina que queria ir à escola

Nuvem de Letras, uma chancela de Penguin Random House Grupo Editorial  (2016)

 

 

 

 

 

Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar.


Rubem Alves

 

 

 

 Menina assenta o passo
Sem medo ou manha
Ou muito te passa da vida
Tem que haver quem faça o que muito queira
Caminha sem falsa fascinação
O teu coração
Ainda pára
Forçando a apatia pelo medo de dançar
Não se avista um dia em que um ego não destrate
Uma mais bela parte
Escondida em ti.
Menina sê quem passa pra lá da ideia
Quem muito se pensa fatiga
Nem vais ver quem são
Sem os olhos no chão
Os que andam pra ver-te vencida a ti.
O teu coração
Sem querer dispara
Força e simpatia ao Ser que te vê dançar
Vai chegar o dia em que o medo não faz parte
E, por muito que tarde, esse dia é teu.
Desfaz o Nó
Destrava o pé
Desmancha a trança e avança
Chocalha o chão
Esquece os que estão
Rasga o marasmo em ti mesma
Vê Corações
(na) Cara que pões
Vira do avesso esse enguiço
Desamordaça a dança pra te convencer
O teu coração
Sem querer dispara
Força e simpatia ao Ser que te vê dançar
O teu coração
Ainda pára
Forçando a apatia pelo medo de dançar