...só então farei algumas reflexões aparentemente casuais, mas repletas de profundidade (é com frequência as críticas mais profundas serem feitas por acaso)...
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
As reservas de viagens a bordo de aviões privados dispararam com o anúncio de que Inglaterra iria ser palco de um confinamento. Os mais ricos procuram deixar o país em direcção às suas segundas residências, na esperança de conquistar alguma liberdade em termos de circulação, por exemplo.
“Muitos destes pedidos de voos são para indivíduos que querem ir para as suas segundas casas na Europa, com as Ilhas Canárias, que ainda são quentes nesta altura do ano, a serem o destino mais procurado”, adianta a Air Partner.[...].
Em declarações à mesma publicação, adianta que espera continuar a ver a procura crescer durante o resto do mês, mas com especial incidência de viagens de negócios. A Air Partners, e outras empresas do género, poderão ganhar particularmente com a suspensão de voos das companhias aéreas comerciais.
O novo confinamento deverá entrar em vigor já amanhã, dia 5 de Novembro, e impedirá residentes em Inglaterra de viajar para o estrangeiro até 2 de Dezembro. A única excepção são as viagens de negócios que não possam ser adiadas.
Uma viagem de Biggin Hill, no Sul de Londres, para o Tenerife, por exemplo, poderá custar cerca de 24 mil libras para um grupo de cinco pessoas. Ou seja, aproximadamente 26,7 mil euros.
Uma reflexão à distância dos anos, mas que mantém a sua acuidade. O artista plástico Leonel Moura, que descreve o meio cultural português como «extremamente conservador, tal como a sociedade portuguesa no seu todo», escalpeliza a ilusão que persiste até hoje, nesse circuito, de que é tudo muito avançado e são todos muito vanguardistas: «isso é uma rematada «mentira», pois o formalismo impera, quer nas relações entre as pessoas, quer na forma como se vestem e comportam. E no extremo oposto, cai-se no «ordinário»
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018) Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)