" [...] Have a cry like you've never had in your life. And when you're done, get yourself something to eat. I bet you haven't eaten a thing all day."
"You're right, I haven't. And I will eat something, I promise. But I don't feel like crying anymore, Bernie. I feel... I feel like I could practically sing."
"Then do that," he said.
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)
"Well, Mom, he's probably sad about his wife," and Olive had said, "But, Chris, he walks around weeping!" And Christopher had said it was cultural. "Cultural?" Olive demanded. "What in hell does that mean?" Christopher said it meant the guy was Jewish, and Jewish men weren't ashamed to cry.
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)
Trabalhos relativamente precários (ou flexíveis, consoante a terminologia escolhida), experiências que implicam ralação directa com consumidores de vários géneros, passagem pelos quase obrigatórios call centers. Ricardo começou a lidar com clientes há cerca de dez anos, numa loja da zona do Chiado, em Lisboa. Um lugar tranquilo, com muitos clientes habituais, alguns curiosos, mas não só. «Também havia aqueles a quem eu chamava os loucos do Chiado; isto é mesmo a sério. Eram pessoas que iam a consultas de psicoterapia e de psiquiatria ali ao lado e que depois iam entreter-se na loja. Algumas velhinhas também iam lá depois da missa.» No caso, tratava-se de uma loja - mais exactamente uma flagship store - especializada em objectos de decoração e design, na qual Ricardo trabalhava em regime de part-time enquanto frequentava o mestrado na Faculdade de Belas-Artes. « O horário era bom e o salário, apesar de não ser elevado, compensava. Fazia umas cinco horas por dia e uma parte era paga por fora, livre de impostos, por isso valia a pena», relembra entre risos.
Daí passaria para o mais do que famoso Museu Berardo, instalado no Centro Cultural de Belém (CCB), espaço onde exercia várias funções [...] «Era um trabalho bom porque permitia bastante flexibilidade, na prática era uma prestação de serviços [...] A flexibilidade do vínculo e o acesso facilitado à entrada em funções permitiam que trabalhassem naquele espaço muitos estudantes, principalmente da área das Artes, e o público acabava por assumir diferentes matizes de comportamento. «Claro, apareciam lá imensas pessoas, de todos os tipos. Gente interessada em arte contemporânea, mas também muita gente zangada com o Berardo, coisa muito actual, até; era malta que ia para lá atirar-nos larachas, bocas, como se nós fôssemos o próprio Berardo... e o problema é que nós não podíamos dizer "olhe que eu concordo consigo."»
Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)
No fundo, a ideia-base para este «Retrato» passa por dar a conhecer mais de perto aqueles para quem o atendimento ao público é um modo de vida. Numa economia cada vez mais virada para os serviços, há cada vez mais gente a trabalhar em horários desencontrados, sem gozo de fins-de-semana, estando a postos quase em permanência. Falo dos funcionários das lojas em centros comerciais, dos empregados em restaurantes e cafés mais ou menos gourmet, dos operadores de call center, dos trabalhadores colocados em serviços públicos, gente que passa os seus dias cara a cara com problemas, interrogações, necessidades mais ou menos urgentes. Estas vidas estão construídas em função da satisfação dos mais variados públicos, cada vez mais exigentes (e a espaços intransigentes), com uma noção mais clara dos seus direitos como «consumidores», latu sensu, e donos de um enorme alheamento em relação aos anónimos por quem são servidos [...]
Quem são as pessoas que nos atendem todos os dias? Como é lidar em permanência com estranhos?
Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)
“Back Together”: a edição 2021 do NESB aborda o poder da música para unir as pessoas e neutralizar os efeitos do isolamento resultantes da Covid-19. “Back Together” expressa o otimismo de que o período de restrições, devido à pandemia, é apenas temporário e que as relações físicas "normais" entre as pessoas serão restauradas em breve!
A canção “Raio Verde” é sobre saúde mental, perda de memória, isolamento. A ideia foi criar uma canção sem limites: onde ninguém consegue distinguir onde termina o Tota e começa o EU.CLIDES. Tudo feito em conjunto, tudo soando em uníssono. Como uma Hydra, na própria produção vocal, e até mesmo na composição. Compartilhar é o que permite às pessoas criarem mais do que trabalhando sozinhas. “Raio Verde” é um monstro de duas cabeças.
Ficha artística:
canção “Raio Verde” - Euclides, Tota (música) | Tota (letra)
"They don't need to be invited, they can just come." [...] "Olive, sometimes people like to be invited. I, for example, would have loved to be invited to your house on many occasions, but you've not invited me except for that one time when I asked you to take me over. And so I have felt rebuffed. Do you see that?"
Olive exhaled loudly. "You could have called."
"Olive, I just told you I did call. I called you a couple of times, and because you turned off your friggin' answering machine, you didn't know I called." [...] "Only pointing out here that people can't read your mind.
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)