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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

cessnado

04.12.24

Mas, a partir do desenvolvimento da ideia de igualdade, depressa se reconhece que o Estado se não pode desinteressar dos problemas da vida dos indivíduos em sociedade. Assim o impôs o valor essencial da liberdade, que sem igualdade se torna aristocrático.

 

 

Francisco Sá Carneiro em 1973-05-05 - (Artigo "Estado totalitário, estado tecnocrático" - Intervenção Sá Carneiro na Assembleia Nacional)

https://institutosacarneiro.pt/quotes/index/tag:869

 

Francisco Sá Carneiro

(Porto, 19 de julho de 1934 – Loures, Camarate, 4 de dezembro de 1980)

O relatório final da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia de Camarate reafirma a tese de atentado e aponta "lacunas" à atuação da Polícia Judiciária e da Procuradoria-Geral da República. "A queda do avião em Camarate, na noite de 4 de dezembro, deveu-se a um atentado", lê-se nas conclusões finais do texto [...].

O relatório realça também que “foi evidenciado, com elevado grau de confiança, que José Moreira (o dono do avião utilizado na campanha presidencial de 1980) e Elisabete Silva foram assassinados no início de janeiro de 1983”.

José Moreira e Elisabete Silva foram encontrados mortos no seu apartamento, em Carnaxide, a 5 de janeiro de 1983, dias antes de aquele engenheiro ir testemunhar em comissão parlamentar de inquérito sobre a queda do Cessna, depois de ter afirmado possuir informações relevantes sobre o assunto: “A atuação da PJ na investigação à morte de José Moreira e Elisabete Silva foi deficiente e apresentou lacunas inequívocas, sendo difícil crer que se tenha devido apenas a eventuais descuidos”, refere o documento citado pela Lusa em 23 de junho deste ano.

Na verdade, passados vários anos, de acordo com o relatório preliminar da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia do Camarate é que eles foram, “com elevado grau de confiança“, assassinados.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Trag%C3%A9dia_de_Camarate

 

província retangular

04.10.23

So when I got back and saw that he was so sorry, I told him that, the business about this being a class thing, very calmly, and do you know? We must have talked for two hours straight, we just talked and talked, and he said he was kind of a peasant too, and that's why he was so sensitive about people being provincial, because all his life he had deep down felt provincial, and he didn't want to be. He said, I'm a snob Olive, and I'm not proud of that. 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

Clero, Nobreza e Povo, Vila Velha do Cu de Judas
Cartoon de João Abel Manta, Lisboa, 1970 (c.), Portugal.

in https://www.arquipelagos.pt/imagem/clero-nobreza-e-povo-vila-velha-do-cu-de-judas-cartoon-de-joao-abel-manta-1970-c-portugal/

 

da lata

31.05.23

- Não te ris? - disse.

- Dá-me vontade de admirar a paciência, quando não posso admirar o estilo. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

Ai Ciro, Ciro [ ou quando o povo gosta de brincar ao ping-pong]

30.05.23

Não invejo um homem que não se define, nem na consciência, nem na experiência. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

Evitar o choro é murar a porta de saída. Chorar pra não represar a água. Para evitar desabamento *

23.05.23

"Well, Mom, he's probably sad about his wife," and Olive had said, "But, Chris, he walks around weeping!" And Christopher had said it was cultural. "Cultural?" Olive demanded. "What in hell does that mean?" Christopher said it meant the guy was Jewish, and Jewish men weren't ashamed to cry. 

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

By the rivers of Babylon (1920)

Gebhard Fugel

 

* in https://cangurunews.com.br/cris-guerra-instrucoes-para-aprender-a-chorar/

 

quebrem-se as correntes

17.05.23

[...] a corrupção que o homem que reflecte tira de todos os ensinamentos. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

sabedoria [de sonhar]

14.03.23

«O homem que sonha é um deus, o que pensa é um mendigo.» Holderlin [...]

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

ver para descrer, como em São Tomé

30.11.22

[...] ficaram assim pouco informados, o que quer dizer: ficaram aptos a desenvolver uma intriga. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

...mas, livrai-nos das "pessoas do bem" - Amén

03.11.22

Não sei que estranho desvario de cabeça se apoderara daquele homem, porque de repente tive a sensação de ir enfrentar um assassino. Envelhecera muito, perdera certamente as forças do macho, mas transformara-se num homem histérico e insuportável. 

 

João de Melo – Gente Feliz Com Lágrimas (1988)

Colecção Mil Folhas / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

back to 92

22.09.22

Pelas contas dos meus entrevistados, o número de pessoal colocado nos serviços de saúde caiu a pique ao longo dos últimos anos. «Há dias estive a remexer uns papéis que tinha guardado, uns folhetos que se distribuíam à população.» É daí que vêm alguns dados lançados para a mesa por João. «Sabe quantos médicos estavam colocados no Centro de Saúde do Algueirão em 2002? Trinta e um. Sabe quantos é que há agora? Onze.» Em relação ao número de administrativos, há cerca de década e meia, havia dois a três elementos por piso a dar apoio aos consultórios (o centro de saúde funciona num antigo prédio de habitação com seis andares). Atualmente, o atendimento é feito exclusivamente no rés-do-chão do edifício, com três ou quatro elementos ao todo. «Havia tanta gente em cada um dos pisos como agora há na totalidade. Não dá para prestar um bom serviço. Já para nem falar no desgaste de quem passa o dia a atender [...] A qualidade do serviço é tão parca e insatisfatória, o número de pessoas em espera nas salas é tão elevado, que qualquer movimento por parte dos funcionários dá azo a burburinho na sala. «Se alguém se levanta para arrumar um papel, há logo quem mande a boca: "Olha, aquela já vai passear", garante Lurdes, que acha que o estado actual das coisas não serve a ninguém, nem a quem precisa dos cuidados de saúde nem a quem trabalha nos respectivos centros. Mais: com a contenção das contratações, proliferam os outsourcings, os recibos verdes, as pessoas trazidas pelas empresas de trabalho temporário, que nem sequer têm acesso a formação e que são imediatamente colocadas a atender ao público. "Olha, aprendes com o do lado", é isso que lhes dizem. Eles não têm culpa, é preciso tempo para ganhar experiência no atendimento, e isto também é sinal de degradação, no fundo são jogados aos lobos e cada um que se desenrasque.»

Se não houver uma estrutura bem organizada, com meios disponíveis e vontade de fazer a diferença, não pode haver um bom atendimento [...] «Não estou a falar de mais dinheiro para nós, estou a falar de mais pessoal, de apoio por parte dos directores, de quem estava acima de nós. Tivemos um director que nos ajudou a fazer umas obras no centro de saúde ao fim-de-semana, mudar balcões, partir uma parede... Éramos nós que as fazíamos ao fim-de-semana, sim, a gente gostava de melhorar as coisas, avançávamos as coisas por nós, não ficávamos à espera. E nessa ocasião tivemos esse director que deu uma ajuda nas obras e até participou nas limpezas. Sentíamos que tínhamos apoio. Estou a falar de 91/92. Depois, tudo isso acabou. »

 

Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)

Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)