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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

[ a ] criançada [sim]

01.06.21

Alguém compreende a sede de uma pedra?

Quem estuda a felicidade? Quem define um jardim?

Que linguagem é a do espaço? O que é o sal da sombra?

 

António Ramos Rosa in NO CENTRO DA APARÊNCIA - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

 

rock poema

06.01.21

«Vais deitar abaixo os grupos de rock. Nunca vi nada assim. Gostaria de ter-te lá todas as sextas e sábados à noite.»

«Isso não resultaria, Marty. Pode-se cantar a mesma canção dezenas de vezes, mas com os poemas querem sempre algo de novo.»

 

Charles Bukowski – Mulheres (1978)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2003)

 

 

o estado da arte e da cultura - da praxe

27.10.20

Aristides e César eram grandes defensores das praxes académicas, um tema agora muito em voga e envolto em bastante polémica. O jornal Público fez uma investigação sobre estas práticas estudantis, e descobriu que já no início do século XX as praxes eram consideradas uma forma de cativar os jovens estudantes e assim os integrar na vida universitária, desde que se baseassem em atividades ligadas às artes e à cultura: provas de poesia e criação literária, teatro, pintura, exibições de canto e de música, entre outras disciplinas.

 

António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes  (2017)

 

Café Calcinha

16.11.16

Eu não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
lições de filosofia.



À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra




Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um mundo novo a sério.

 

 

Enquanto o homem pensar
que vale mais que outro homem,
são como os cães a ladrar,
não deixam comer, nem comem.

 

Gosto do preto no branco,
como costumam dizer:
antes perder por ser franco
que ganhar por não ser.

 

 

 

 

 

 

 

António  Aleixo  

(18 de fevereiro, 1899 — 16 de novembro, 1949)