"Anita," Fergus said, turning to her. "This is a hell of a world we live in."
"Oh, I know," Anita said casually. She nodded. "Yuh, I know." She added, "Always has been, I suspect."
"Do you think so?" Fergus asked. He looked at her through his sunglasses. "Do you think it has always been this bad, really? It seems to me like things are getting crazier."
Anita shrugged. "I think they've always been crazy. That's my view." [...]
After another few moments he said, "Things all right with you, Anita?"
She gave a sigh that made her cheeks expand for a moment. "Nah." She looked both ways on the road and said, "Gary's been a mess since he got laid off, and that was a few years ago, and my kids are crazy." She looked at Fergus and made a circle around her ear with her forefinger. She said, "I mean, they are really crazy." She shook her head. "You know what my oldest son is into? He watches some Japonese reality shows on his computer where the contestants sniff each other's butts."
Fergus looked over at her. "God," he said. Then he said, "Come on, Anita, the world has certainly gotten crazier."
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)
And it came to him then that it should never be taken lightly, the essential loneliness of people, that the choices they made to keep themselves from that gaping darkness were choices that required respect
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019) Penguin Random House UK (2019)
Basta ver como Camilo usava a língua portuguesa para ficarmos informados sobre a sua vontade de poder, de conquistar a atenção, a fama e a alma da Praça. Isso acontece com o espírito que é ávido porque é extremamente sobrecarregado de talentos. Aconteceu com Shakespeare, por exemplo. A maneira como dispõe as frases, como escolhe e arremessa as palavras tem muito duma estratégia guerreira. Utiliza o alfabeto como balas e os versos como trincheiras. Julieta fala um tom acima da sua estatura feminina; Hamlet fala para a posteridade e não para a sua pequena corte de intrigantes.
Agustina Bessa-Luís –Fanny Owen(1979)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Os fatores relativos ao nosso funcionamento cognitivo, embora muito importantes, não são, porém, suficientes para explicar a dinâmica dos estereótipos [...] é importante sublinhar que os estereótipos podem mudar de acordo com mudanças no padrão de relações entre grupos. Quando os grupos entram em competição por recursos, os estereótipos mútuos tornam-se sobretudo negativos; porém, logo que os mesmos grupos são envolvidos em relações de cooperação para a sobrevivência mútua, esses estereótipos tornam-se positivos [....]
Da mesma forma, sempre que na União Europeia se verificam crises associadas à gestão de recursos comuns, como a crise do Euro em 2010 ou a crise de 2020 associada à COVID-19, ressurge a categorização dos países europeus em países do Norte vs. países do Sul, envolvendo cada categoria um número variável de nações, mas sempre acompanhada dos mesmos estereótipos ou imagens, mobilizados para justificar medidas ou a ausência delas: o Norte representado como «formiga» e o Sul como «cigarra» e, mais recentemente, «os frugais» contra os «gastadores».
Estas dinâmicas e mesmo mudanças nos estereótipos e na sua valência mostram como estes refletem a natureza mais competitiva ou mais colaborativa das relações entre os grupos e as motivações associadas a essas relações. A instabilidade destas imagens estereotípicas contradiz a perceção que temos de que os traços estereotípicos de um grupo refletem o que esse grupo é, e não o que pensamos sobre ele [...]
Jorge Vala –Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu(2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)