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Paciência no vazio
(...)
num país que sussurra de presença e lonjura.
António Ramos Rosa in FUGA OU RETORNO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Paciência no vazio
(...)
num país que sussurra de presença e lonjura.
António Ramos Rosa in FUGA OU RETORNO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
António chegou a Amesterdão em 1974, numa altura em que a cidade estava na vanguarda de um sem número de movimentos, desde a ecologia à luta anti-apartheid, passando pela liberalização das drogas ditas leves, que eram ali encarados com o mesmo pragmatismo com que, em muitos outros países, se aceitam e até estimulam outros vícios como o jogo. Havia para todos os gostos. Grupos anarquistas, ecologistas, pacifistas, os krakers, com as suas redes de okupas, que pressionavam o governo, por vezes de formas radicais, para a resolução do problema da habitação.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
gostaria de deixar claro que a nostalgia extremada ou o optimismo cego no progresso, e especialmente num crescimento histérico e infinito, são irracionais e que o uso da temperança e de algum conhecimento factual poderão trazer coisas boas no momento de pesar o que pode ou deve ser preservado do passado, quais as importantes conquistas do presente, e o que é desejável no futuro.
Afonso Cruz_ O macaco bêbedo foi à ópera - Da embriaguez à civilização (2019)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Afonso Cruz (2019)
Nem os sessenta anos de domínio castelhano puderam domar a manha teimosa que tem aguentado Portugal como Estado de geografia absurda. O episódio francês será passageiro. Devemos, portanto - diz ela - vergar como vimes em vez de nos erguermos como robles. Dom António admite intimamente que tal imagem faz jus a nobres e pueris sentimentos e, na sua paciente sageza, acha que o puro patriotismo da mulher é, além de ingénuo, conveniente. Como ter um filho a preparar guerrilhas, outro no exército real e um terceiro na roda do partido francês. O balanço dos interesses parece-lhe equilibrado, confortável.
Álvaro Guerra – Razões de Coração (1991)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
A tua marcha lenta enerva-me e satura-me
As constelações são mais rápidas nos céus
a terra gira com um ritmo mais verde que o teu passo
Lá fora os homens caminham realmente
Há tanta coisa que eu ignoro
e é tão irremediável este tempo perdido
Ó boi da paciência sê meu amigo!
António Ramos Rosa - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
demasiado tarde logrou libertar-se das impaciências juvenis e percebeu que a única salvação reside no aplicar-se às coisas que existem.
Italo Calvino - Palomar (1983)
Planeta DeAgostini (2001)
A cólera do justo é terrível: é a mão de Deus a esmagar-nos; o ódio do perverso não passa de fastio: é a blasfémia estéril e sórdida do demónio. O justo é corajoso e implacável; o injusto é cobarde e tortuoso. Este trabalha dez anos para cometer uma iniquidade que se revela um malogro; o primeiro faz brilhar a verdade como um clarão, e ao fim de dez anos de silêncio e de calma, é capaz de fulminar com o olhar e com uma única palavra o infame que esgotou a sua paciência.
George Sand – Diário Íntimo
Antígona (2004)
... a paciência desconsolada das pessoas demasiado nervosas e o nervosismo ultrassónico das pessoas demasiado pacientes.
Italo Calvino – Se Numa Noite de Inverno Um Viajante (1979)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
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