na vida o tempo não pára
Que tenhamos sempre a Paz do Cristo e a Luz de Oxalá.
Santa e Feliz Páscoa 🕊️🕯️
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
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Que tenhamos sempre a Paz do Cristo e a Luz de Oxalá.
Santa e Feliz Páscoa 🕊️🕯️
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Ao fim ao cabo, que se pode fazer quando se está só?
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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Nada se transcreve quando
simplesmente se passa
António Ramos Rosa in O INCERTO EXACTO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Na altura da Páscoa pagava-se a bula para se poder comer carne. Ainda me recordo de uma vizinha , a Sr.ª D.ª Maria Engrácia, que não pagou. A mulherzinha era pobre, mãe solteira, vivia sozinha... e terá comido uma asita de frango. Alguém a denunciou e ela foi excomungada. A carta com o documento da excomunhão vinha com o selo do bispo de Braga. Toda a gente soube, e foi como se a mulher tivesse lepra.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
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e as mãozinhas de verniz roxo, coitada, os lábios roxos também, toda ela uma espécie de Semana Santa ambulante
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
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Vai apreensivo com o destino do Lourenço (...) O homem tem cinco filhos e deve estar a esta hora a arrepelar-se para inventar com que lhes dar de comer.
Põe-se Frei Pedro a arquitectar planos para tirar o Lourenço da encrenca e ocorre-lhe que a solução poderá passar pelo padre Sepúlveda (...)
Santas tardes, senhor abade. E vá de lhe trinar a miséria do Lourenço, da mulher e dos cinco filhos, com acordes trágicos e tons patrióticos. Pois, que se há-de fazer... É a vida - conforma-se o cura. Frei Pedro simula espanto e indigna-se, que não se pode cruzar os braços e deixar à fome o mártir do despotismo jacobino! E, na embalagem, avança a sugestão. E se, este ano, o senhor padre Sepúlveda abdicasse do abadágio e, em seu lugar, se procedesse à recolha dos géneros pelas famílias, para acudir ao Lourenço, até se achar remédio mais duradouro? O cura empalidece, e estaca junto aos rebentos das tronchudas, fulminado. Ó Frei Pedro, o abadágio é uma tradição secular! Então quer que eu dê esse desgosto aos meus paroquianos?! Frei Pedro põe os olhos em alvo. Só este ano... O abade retoma o passeio, a fugir àquele raio que siderou o seu sossego, àquele apelo que o mói. Bom, bom, bom... Deixe lá isso comigo - diz, iluminado pela disposição de esfolar a paróquia. - Cá me arranjarei para que haja peditório para o Lourenço. E abadágio.
Álvaro Guerra – Razões de Coração (1991)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
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Vivam, apenas.
Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as flores.
Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.
E principalmente não pensem na Morte.
Não sofram por causa dos cadáveres
que só são belos
quando se desenham na terra em flores.
Vivam, apenas.
A Morte é para os mortos!
José Gomes Ferreira in Comício
José Gomes Ferreira – Poeta Militante I
Círculo de Leitores (2003)
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A cólera do justo é terrível: é a mão de Deus a esmagar-nos; o ódio do perverso não passa de fastio: é a blasfémia estéril e sórdida do demónio. O justo é corajoso e implacável; o injusto é cobarde e tortuoso. Este trabalha dez anos para cometer uma iniquidade que se revela um malogro; o primeiro faz brilhar a verdade como um clarão, e ao fim de dez anos de silêncio e de calma, é capaz de fulminar com o olhar e com uma única palavra o infame que esgotou a sua paciência.
George Sand – Diário Íntimo
Antígona (2004)
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Padres e juízes andam de t-shirts, mas deus
Fuma charuto.
Maria Gabriela Llansol - O Começo de Um Livro É Precioso
Assírio & Alvim (outubro 2003)
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