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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

22
Nov23

JFK

Cecília

Ele sabia que para falar de amor é preciso estar apaixonado, ou satisfeito de si mesmo, ou infeliz. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

John Fitzgerald Kennedy

(29 de maio de 1917 – 22 de novembro de 1963)

 

17
Out23

cordas tectónicas

Cecília

Guerra do Yom Kippur [...], também conhecida como Guerra Árabe-Israelense de 1973, Guerra de Outubro, Guerra do Ramadão ou ainda Quarta guerra Árabe-Israelense, foi um conflito militar ocorrido de 6 de outubro a 26 de outubro de 1973, entre uma coalizão de estados árabes, liderada por Egito e Síria, contra Israel. O episódio começou com um ataque do Egito e da Síria.

Planejado para o dia do feriado judaico Yom Kippur, forças do Egito e Síria cruzaram, respectivamente, as linhas de cessar-fogo no Sinai e nas colinas do Golã, territórios que haviam sido capturadas por Israel, em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias.

[...]

A guerra teve implicações profundas para muitas nações. O Mundo Árabe, que havia sido humilhado pela derrota desproporcional da aliança egípcio-sírio-jordaniana durante a Guerra dos Seis Dias, se sentiu psicologicamente vingado por seu momento de vitórias no início do conflito, apesar do resultado final. Esse sentimento de vingança pavimentou o caminho para o processo de paz que se seguiu, assim como liberalizações como a política de infitah do Egito. Os Acordos de Camp David, em 1978, levaram a relações normalizadas entre Egito e Israel - a primeira vez que um país árabe reconheceu o Estado israelense. O Egito, que já vinha se afastando da União Soviética, então deixou a esfera de influência soviética completamente.

Uma das consequências desta guerra foi a crise do petróleo, já que os estados árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) boicotaram os Estados Unidos e os países europeus que apoiavam a sobrevivência de Israel. Se a curto prazo a medida agravou a crise econômica mundial, a longo prazo a comunidade internacional aprendeu a usar fontes alternativas de energia, e inclusive outras áreas do planeta começaram a aumentar a exploração de petróleo, como foi o caso da região do mar do Norte, na Europa, do Alasca, nos Estados Unidos, da Venezuela, do México, da África do Sul, da União Soviética e, também no Brasil.

in https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Yom_Kippur

 

créditos: https://twitter.com/Hedgeye/status/1202690116399108097?lang=ar-x-fm

 

e via o rosto dos enforcados, um por um, com os imensos olhos abertos, a lhe devolverem intacta e acusadora toda a angústia do seu fim. 

 

José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)

Quetzal Editores (2017)

 

14
Set23

ser verdade

Cecília

"But I haven't had it for a few years, and so I wonder: Did I make it up? But I know I didn't, Bernie [...] But whenever someone says they're an atheist, I always privately have this bad reaction, and they give all the obvious reasons, you know, kids get cancer, earthquakes kill people, all that kind of stuff. But when I hear them, I think: But you are barking up the wrong tree."

 

Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)

 

Oak Trees
R. Ellison

 

12
Jun23

que tilintem os guizos da tortura

Cecília

Desde que o homem deixou de combater pela apropriação de bens imediatos, como a caça que outro tinha obtido, ou a mulher, quando rareava na própria tribo, passou a guerrear pelo símbolo desses mesmos objectos. O instinto básico de satisfazer necessidades foi substituído por um estímulo de razões mais abstractas. A violência é uma mitologia do excesso. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

IN MEMORIAM

Que a terra lhe seja pesada.
Que lhe apodreça o corpo e os olhos fiquem vivos,
Se lhe soltem os dentes e a fome fique intacta
E a alma, se a tiver, que lha fustigue o vento
E arrase com ela a memória gravada
Na lembrança demente dos que o choram.

Que a mulher que foi dele oiça o vento na noite,
Cheio de ossos e uivos
E garfos aguçados
E que reparta o medo com o primeiro intruso
E o vento se insinue pelas portas fechadas
E rasteje no quarto
E suba pela cama
E lhe entre no olhar como estiletes de aço,
Lhe penetre os ouvidos como agulhas de som,
Lhe emaranhe os cabelos como um nó de soluços,
Lhe desfigure o rosto como um ácido em chama.

Que a mulher que foi dele oiça o vento na noite,
Que a mulher que foi dele oiça o vento na cama!

Que o nome que era o seu o persigam os ecos,
O gritem no deserto as gargantas com sede,
O murmurem no escuro os mendigos com frio,
O clamem na cidade as crianças com fome,
O soluce o amante de súbito impotente,
O maldigam no exílio as almas sem descanso.

Que o nome que era o seu seja a bandeira negra,
A pálpebra doente,
O vómito de sangue.

Que o gesto que era o seu o imitem as mães
Que se torcem de dor quando abortam nas trevas,
O desenhem a lume os braços amputados,
O perpetue o esgar dos jovens mutilados,
O dance o condenado que morre na fogueira.

Que o gesto que era o seu seja o punhal do louco,
A arma do ladrão,
A marca do vencido.

Que o sangue que era o seu o farejem os cães
Nas veias de seus filhos.
Que o sangue que era o seu se lhes veja nas mãos,
E lhes aperte os pulsos como algemas de lodo,
Lhes carregue o olhar como um sopro de infâmia,
Lhes assinale a testa como um escarro de fogo,
Lhes atormente os passos como um peso de lama.

Que o sangue que era o seu seja o rictus da tara,
A máscara de sal,
A vingança do pobre.
E que o Exterminador, no seu trono de enxofre,
o faça tilintar os guizos da tortura
Até que o mundo o esqueça
E mais ninguém o chore.

 

Ary dos Santos

 

18
Abr23

sem norte

Cecília

Quero falar-vos de uma criança

Que sofreu e ainda sofre

Com a devastação da guerra

E ninguém quer saber.

Uma criança cujos direitos são usurpados,

Cujos dias são contados,

Que passa a vida como uma pena.

Dizem que assinámos um acordo de paz,

Mas por amor de Deus,

De que paz falam vocês?

(...)

Sonhos destruídos,

Ambições quebradas.

Uma criança que sonha dormir sobre uma almofada

E estudar.

Tudo se desmoronou

Mas a nossa vontade continua forte

Porque acreditamos

Que haverá um amanhã melhor

E que a paz vai chegar.

(...)

Excertos do "Poema para a Paz" escrito por Muzdalifa, 17 anos, Sudão

(UNICEF)

 

https://gilmaraunesp.wordpress.com/2011/06/09/o-sudao-e-um-retrato-da-africa/

 

16
Mar23

camilo (III)

Cecília

- E tu como hás-de morrer, Camilo? - disse-lhe José Vieira de Castro, que tinha vinte anos, era estouvado, de pouco corpo e adorava Camilo. [...]

- No meio desta gente estão seis suicidas: por dívidas, por decepção amorosa e porque não fazem carreira. Fora os que acabam tísicos, e com pneumonias, porque se esqueceram das galochas e do guarda-chuva [...] Somos todos uns brutos decididos a impormo-nos pela poeira que levantamos. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

08
Fev23

moral, bom senso, paz de espírito, regras de vida, meio termo, ambição ignorada.

Cecília

1755 fora uma data também especial. Com as velhas paredes dos palácios setecentistas  de Lisboa caíra também uma certa casta vigorosa e subtil do português para quem a sensibilidade era o estribo das suas empresas. Depois o Marquês impusera no reino a sua férrea marca burguesa. A moral sucedeu à doce inconstância da alma de que a inspiração dum povo aproveita; o bom senso tomou o lugar do bom gosto. A paz de espírito foi assegurada pelo uso de regras de vida minuciosas e severas. A gente honesta, amante do meio termo, proliferou, fez bons negócios, e a insipidez que o cálculo protege passou a ignorar a ambição no seu alto sentido. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

19 MAR 2021
"Estamos em cima de um barril de pólvora que um dia vai explodir"
Engenheiro especializado em sismos e professor no Instituto Superior Técnico Mário Lopes defende que falta fiscalização das normas relativas à resistência sísmica. E que a prevenção devia começar pelos cidadãos que, desde logo, deviam exigir essas condições quando vão habitar uma casa.

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/19-mar-2021/estamos-em-cma-de-um-barril-de-polvora-que-um-dia-vai-explodir-13475414.html

 

 

30
Nov22

ver para descrer, como em São Tomé

Cecília

[...] ficaram assim pouco informados, o que quer dizer: ficaram aptos a desenvolver uma intriga. 

 

Agustina Bessa-Luís – Fanny Owen (1979)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

 

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