thunderstruck
A esperança desesperada. A desesperada esperança.
António Ramos Rosa in A PALAVRA NO DESERTO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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A esperança desesperada. A desesperada esperança.
António Ramos Rosa in A PALAVRA NO DESERTO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
encontrámo-nos na editora, no primeiro andar, onde ficava a lindíssima sala de audições, (antes do incêndio do Chiado), com o piano, e o melhor que havia de material de bobinas. Comecei a ouvir e já não saí dali. Depois a porta abriu-se e ele saiu [...] E disse-me: anda cá, quero que ouças. E eu ouvi, ainda não era definitivo, mas já não era maquete. O que achas? E eu disse, acho que devias ter instrumentos tradicionais, porque está muito elétrico, muito rock. As tuas melodias pedem instrumentos de Portugal. A tua cena é muito de cá. Foi o nosso primeiro contacto e houve logo uma grande empatia. Ele era uma pessoa cheia de humor, sempre tão bem arranjado, cuidado, cheiroso. Usava pulseiras de picos, correntes de cães, adereços estranhos, a maior parte feita por ele, e era a paz em pessoa.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
A Idade dos Metais (70) regista a definitiva vitória do forte sobre o fraco, do prepotente sobre o pobre diabo, da mulher sobre o coitado do marido
(70) Não confundir com a idade do vil metal que é esta onde todos nos encontramos
Vilhena – História Universal da Pulhice Humana (1960/1961/1965)
Edição Completa, Integral e Nunca Censurada dos Três Volumes Originais Pré-História / O Egipto / Os Judeus
Herdeiros de José Vilhena / SPA 2015, E-Primatur (2016)
A CENA DO ÓDIO
De José de Almada-Negreiros
Poeta Sensacionista e Narciso do Egipto
Ergo-Me Pederasta apupado d'imbecis.
(...)
Tu, que te dizes Homem!
Tu, que te alfaiatas em modas
e fazes cartazes dos fatos que vestes
pra que se não vejam as nódoas de baixo!
Tu, qu'inventaste as Ciências e as Filosofias,
as Políticas, as Artes e as Leis,
e outros quebra-cabeças de sala
e outros dramas de grande espectáculo...
Tu, que aperfeiçoas a arte de matar...
Tu que descobriste o cabo da Boa-Esperança
e o Caminho Marítimo da Índia
e as duas Grandes Américas,
e que levaste a chatice a estas terras
e que trouxeste de lá mais Chatos pr'aqui
e qu'inda por cima cantaste estes Feitos...
Tu, qu'inventaste a chatice e o balão,
e que farto de te chateares no chão
te foste chatear no ar,
e qu'inda foste inventar submarinos
pra te chateares também debaixo d'água...
Tu, que tens a mania das Invenções e das Descobertas
e que nunca descobriste que eras bruto,
e que nunca inventaste a maneira de o não seres...
Tu consegues ser cada vez mais besta
e a este progresso chamas Civilização!
(...)
(Há tanta coisa que fazer, Meu Deus!
e esta gente distraída em guerras!)
(...)
Oh! Se eu soubesse que o Inferno
não era como os padres mo diziam -
uma fornalha de nunca se morrer - ,
mas sim um Jardim da Europa
à beira-mar plantado...
(...)
E inda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!
Com a data de 14 de Maio de 1915
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