livro & dias
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o problema não é descobrir a resposta, é escutar a pergunta
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
Pode ser que a leitura tenha os dias contados, não faço futurologia, mas por enquanto está muito melhor do que era. A avó dos meus filhos, que nasceu numa aldeia isolada do Alentejo e teve uma paixão proibida e incompreendida pelos livros, tinha de ler às escondidas porque a leitura era uma actividade inútil, não era produtiva, e uma mulher devia dedicar-se aos meritosos descasque de batatas e cosedura de meias. Hoje, podemos ler em público sem que a maioria dos considere uns vadios inúteis. Há duas décadas não poderia ter lido certos livros e certos autores: vivíamos em liberdade, mas as edições eram muito limitadas, tanto no volume de obras traduzidas como na edição, distribuição e importação (...) É verdade que Plotino, Saadi ou Diógenes Laércio continuam sem edições portuguesas, bem como alguns autores contemporâneos, como Cãrtãrescu ou Mrozek, mas hoje podemos entrar numa livraria e ter escolhas e liberdades que nunca tivemos.
Afonso Cruz_ O macaco bêbedo foi à ópera - Da embriaguez à civilização (2019)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Afonso Cruz (2019)
Põe o tempo o cuidado
que ignora o ouvido
e que o livro não dá.
É dele este silêncio,
este saber,
este ouvir e calar.
(...)
É dele o pouco a pouco,
o aproximado,
o justo.
(...)
É doce e grande
o tempo.
(...)
Põe o tempo o cuidado.
Mas não põe as estrelas.
Perde o olhar o brilho.
Mas o mar não se perde.
António Ramos Rosa in Antecipação à Velhice - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Nunca o português tem uma acção sua, quebrando com o meio, virando as costas aos vizinhos. Age sempre em grupo, pensa sempre em grupo. Está sempre à espera dos outros para tudo.
Somos incapazes de revolta e de agitação. Quando fizemos uma “revolução” foi para implantar uma coisa igual ao que já estava. Manchámos essa revolução com a brandura com que tratámos os vencidos. E não nos resultou uma guerra civil, que nos despertasse; não nos resultou uma anarquia, uma perturbação das consciências. Ficámos miseravelmente os mesmos disciplinados que éramos.
Trabalhemos ao menos – nós, os novos – por perturbar as almas, por desorientar os espíritos. Cultivemos, em nós próprios, a desintegração mental como uma flor de preço. Construamos uma anarquia portuguesa.
Fernando Pessoa
in https://antigona.pt/collections/5-euros/products/o-banqueiro-anarquista
Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte.
Johann Goethe
No próximo sábado, 26 de Janeiro, às 17h00, as Leituras da Casa dedicam a primeira sessão de 2019 ao livro O Modernismo Brasileiro e o Modernismo Português, de Arnaldo Saraiva.
O convidado desta sessão é o poeta e músico brasileiro Luca Argel.
A moderação é de Rui Manuel Amaral.
Agradecemos a sua presença. A entrada é livre.
Livraria da INCM, Praça dos Leões (Praça Gomes Teixeira, 1 a 7), Porto.
A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram...
Augusto Cury
«Lembra-te de que quando Deus fecha uma porta abre-nos um livro.»
Afonso Cruz - Jesus Cristo Bebia Cerveja (2012)
Penguin Random House (2016)
"Está um tempo insuportável! Como é que o governo não trata disto?" (...) resmungou o lobo. "Estou a dizer-lhes que a culpa é do Governo, e se não acreditam em mim, devoro-os a todos já!"
Oscar Wilde – O Menino-Estrela (1891)
Ilustração: Luís Henriques
Oficina dos Sonhos - Clássicos - Porto Editora (2008)
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