No princípio de junho de 1982, António Variações fez a primeira parte do espetáculo dos UHF, na Feira Popular, em playback, e sente-se «mais num ringue do que num palco» diante dos mais de cinco mil jovens que o vaiam e insultam. Apesar de tudo, consegue controlar a multidão, consideando que «valeu a pena, pois são sempre experiências necessárias». Na segunda parte, António Manuel Ribeiro, o carismático líder dos UHF, toma abertamente a sua defesa, e critica a multidão que está ali para o ver e ouvir a ele, dizendo-lhes: «António é uma das poucas pessoas deste País que tenta fazer uma coisa de novo na música portuguesa. Ele precisa de apoio, pois está a tentar formar uma banda e é coerente e corajoso.»
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
... no mesmo espetáculo em que António Variações foi violentamente vaiado por aquele público tão tradicional. Carlos Ferreira, cujo camarim ficava no palco, estava com a mãe que o ajudava nas mudanças de roupa, e descreve como «aterradora» a reação da assistência:
- Assisti a uma das maiores pateadas numa atuação do Variações no Coliseu, quando ele foi cantar o Povo que Lavas no Rio. Foram impiedosos. E ele? Na maior. Continuou, como se nada acontecesse. As pessoas a patearem, a insultarem, e ele a cantar até ao fim, como se nada estivesse a acontecer. Foi genialmente corajoso.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Voltando a citar Pinker: «A aversão à modernidade é uma das grandes constantes da crítica social contemporânea. Quer seja a nostalgia pela intimidade das cidades pequenas, pela sustentabilidade ecológica, pela solidariedade comunitária, pelos valores familiares, pela fé religiosa, pelo comunismo primitivo ou pela harmonia com os ritmos naturais, todos querem que o relógio retroceda. O que a tecnologia nos deu, questionam eles, excepto a alienação, a espoliação, a patologia social, a perda de sentido e o consumismo que está a destruir o planeta para nos dar McMansions, utilitários desportivos e reality shows na televisão?
Os defensores da modernidade, por outro lado, sublinham as dificuldades diárias anteriores às sociedades sedentárias, e como os nossos antepassados «viviam infestados de piolhos e parasitas em caves atulhadas com as suas próprias fezes (...) Mas não era apenas o mais elementar conforto que faltava aos nossos antepassados. Eram também as coisas mais elevadas e nobres da existência, como conhecimento, beleza e contacto humano. Até há pouco tempo, a maior parte das pessoas não viajava mais do que alguns quilómetros para lá do seu lugar de nascimento
Afonso Cruz_ O macaco bêbedo foi à ópera - Da embriaguez à civilização (2019) Fundação Francisco Manuel dos Santos e Afonso Cruz (2019)
Let's dance always, let's always rejoice The joy I have expressed for others shall be my portion too I rejoiced with you, I rejoiced with you I rejoiced with you and now it is my time to rejoice I rejoiced with you, I rejoiced with you The joy I have expressed for others shall be my portion too
Everybody's born a winner, yeh yeeh If only you just believe, yea eh yeh eh Close your eyes and come and see, nah yea eh yeh eh Don't you worry about a thing, nah
Cause if you work hard You can get it if you work If you strive hard You can be just what you want If you work hard You can climb the mountain tall Cause nothing is too small And nothing is too big
I rejoiced with you, I rejoiced with you The way I celebrate and rejoice with other people, it is my turn to be celebrated I rejoiced with you, I rejoiced with you The joy I have expressed for others shall be my portion too Eh yeh
What my eyes have seen, eyeh What my eyes have seen, ye yeh Don't let them tell you "you can't" And they won't help you, just so you know Just keep on pushing oh oh uh oh
The heights my father was not able to attain I will attain that height and surpass it The heights my mother was not able to attain I will attain that height and surpass it May my Ori bring me wealth May my Ori bring me wealth Do not sleep, my Ori!
I rejoiced with you, I rejoiced with you The way I celebrate and rejoice with other people, it is my turn to be celebrated I rejoiced with you, I rejoiced with you The joy I have expressed for others shall be my portion too
Here are my hands, they are clean and pure I’ll progress confidently or I’ll go higher with confidence Teni, I'm a true born, I am Apata's daughter I'm resolute, I stand unshakable on my feet They thought I was finished But God had other plans They thought it was over, But God said it’s not over yet! Children's are one's clothing in this life Olaosebikan, you must not sleep (in heaven)! May you stand by me everyday Don’t let my enemies collide with my Ori (destiny), please! Wherever you are, I know you are proud of me Because I'm an achiever, I'm a success in my life! Because I'm a bold conqueror
I am fortunate in life, I'm an achiever I've done well in life.
Considerado um dos maiores engenheiros portugueses do século XX, grande parte das pessoas que conheceram Edgar Cardoso lembram-no como um homem de grande tenacidade e capacidade inventiva. Com um espírito aberto, o “engenheiro das pontes”, como ficou conhecido, procurou sempre a inovação, tentando ultrapassar tudo aquilo que já estava feito. “Eu não faço uma ponte igual à outra”, dizia, “porque cada obra é um momento de inovação e de busca de novas soluções mais racionais e económicas”. Uma das características mais marcantes da sua obra é talvez a recusa das soluções padrão, fáceis e já testadas. Edgar Cardoso procurava sobretudo a inovação, chegando a inventar ou a adaptar aparelhos e objectos para fabricar os modelos reduzidos com que trabalhava. Ele próprio afirmava: “o que não faço com a cabeça faço com as mãos”.(...)
Para uns, um homem de feitio difícil e intempestivo, por vezes arrogante. Para outros, essa seria talvez a única forma de fazer frente a invejas e ao conservadorismo com que sempre se deparou. Mas Edgar Cardoso foi sobretudo um homem que esteve à frente do seu tempo, tornando-se por isso mesmo alvo fácil da incompreensão de muitos. “Eu inovei em todas as obras e, por isso, nunca fui compreendido”, afirmava