as associadas do bem
«Há um olho em cada pedra
Uma pedra em cada olhar
Um pedreiro à tua espreita
Que te há de apedrejar»
José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)
Quetzal Editores (2017)
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
«Há um olho em cada pedra
Uma pedra em cada olhar
Um pedreiro à tua espreita
Que te há de apedrejar»
José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)
Quetzal Editores (2017)
«É no falar que se revelam os príncipes e no coaxar que os sapos se denunciam» [...] «pelo que ao meu amigo lhe aconselho a mais severa abstinência verbal. Não abra a boca que não seja para engolir as moscas.»
José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)
Quetzal Editores (2017)
... por entre as algas, vejo a inveja, o ciúme, o ódio e o desprezo rastejarem como caranguejos por sobre a areia.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
«Não acabei a formação porque na altura o meu pai queria ir para o Brasil e convidou-me para ir trabalhar com ele. Fui fazer vendas. Foi difícil. Para teres uma noção, eu falava português e toda a gente na rua me perguntava se eu era argentino ou paraguaio[...]»
Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)
«Pode ser um trabalho chato às vezes, até porque o cliente português é muito picky. Implica com muitas coisas, e não estou a falar das "personalidades". O pior cliente é aquele que vem com o dinheirinho contado, que conta os trocos todos... já para não falar dos viens, dos portugueses-franceses... Jean Pierre, vien ici, seu cabrão. Esses são os piores de todos.»
Pedro Vieira – Em que posso ser útil? (2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos e Pedro Vieira (2021)
Sinto-me ofendido pela sua tagarelice, pelos seus risinhos; é algo que perturba a minha calma, fazendo com que, em momentos da mais pura exaltação, me veja obrigado a lembrar a degradação humana.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Tudo aqui é falso; tudo é prostituído.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Nessa noite casaram e no dia seguinte havia um banquete. O príncipe deu ordens: «Nada de sal e água ao tal rei.»
Sentaram-se à mesa e a jovem rainha estava perto do seu pai, mas este não comia. A filha disse-lhe:
«Real Majestade, porque não comeis? A comida não vos agrada?»
«Que ideia! Está muito boa.»
«Então porque não comeis?»
«Não me sinto muito bem.»
A noiva e o noivo serviram-lhe algumas garfadas de carne, mas o rei não as quis e ruminava como a cabra (acaso podia comer sem sal?).
Quando acabaram de comer começaram a contar histórias. O rei, doente como estava, contou todo o fado da sua filha.
«E vós, Real Majestade», disse a filha, «se vísseis a vossa filha, reconhecê-la-íeis?»
«Sabe Deus quando a vi pela última vez!»
Ela levantou-se e foi vestir a roupa de quando partiu do seu pai rumo à morte. «Vamos, Real Majestade, estais a ver a vossa filha? Que sou eu a vossa filha? Mandaste-me matar porque vos tinha dito que vos amava quanto o sal e a água; agora vistes o que é comer sem sal nem água.»
O pai dela não conseguiu dizer uma palavra, mas abraçou-a e pediu-lhe perdão.
Assim ficaram felizes e contentes e nós cá estamos sem cheta.
Francisco Vaz da Silva – Gata Borralheira e Contos Similares (2011)
Círculo de Leitores e Temas e Debates (2011)
Salinas Aveiro
Uma bela noite, um grupo de jovens - Rui Pêgo, Luís António Vitta, António Duarte, e António Campelo, operador da Rádio Renascença -, apareceram em casa de António Variações, onde, por iniciativa própria, mas obviamente com o apoio da Rádio, foram montar um estúdio de gravação. De camisola verde de gola alta, microfone verde, de lenço na cabeça, «e uma data de coisas penduradas, pulseiras, anéis», este abriu-lhes a porta. Era uma figura completamente fora de qualquer contexto habitual, num cenário espantoso, e nenhum deles estava preparado para...aquilo:
- Entrámos e... era tudo verde! Era de cortar a respiração. Tendo nós todos a ideia de que éramos muito informados e moderninhos, a verdade é que eu não estava de todo preparado para entrar numa casa toda verde, e ser recebido por um homem todo vestido de verde [...]
O espanto foi tal, que, segundo conta Rui Pêgo, ele e o António Duarte nem conseguiram falar muito, limitando-se a balbuciar umas amabilidades por ele os ter recebido, e a murmurar qualquer coisa como «vamos lá gravar e tal». Pelo seu lado, António Variações estava nervosíssimo. [...]
- Nervosíssimo mesmo! A única pessoa confortável nesta situação surreal era o Luís Vitta - que também não é uma figura muito normal.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
Calar, calar talvez.
Querer dizer é demais.
António Ramos Rosa in MEDIADORA DO SILÊNCIO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
[...]
111 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.