soli[ci]tude
Deixem-me ao menos ser honesto. Deixem-me denunciar este mundo fútil, oco, em paz consigo mesmo
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
Deixem-me ao menos ser honesto. Deixem-me denunciar este mundo fútil, oco, em paz consigo mesmo
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
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Estou à beira. Escuto. É todo o mar que em mim ressoa
[...]
e tudo está em si porque as próprias sombras amam.
António Ramos Rosa in NA DISTÂNCIA SEM DISTÂNCIA - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Não busques não esperes
[...]
Diz de novo a fascinante simplicidade
António Ramos Rosa in ONDE OS DEUSES SE ENCONTRAM - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Automat (1927)
Edward Hopper
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- A 7 de janeiro de 1983 fomos os dois à festa do Pós-Modernismo, organizada pelo Leonel Moura na Sociedade Nacional de Belas-Artes. O António ia vestido com uma rede de capoeira, por cima de uma camisola de malha cinzenta e uns collants. A rede, fui eu que lha moldei ao corpo, com fechaduras e dobradiças. Depois, pus-lhe um cinto de correntes, e cosi-lhe, nos braços e nas pernas, fechaduras e dobradiças de portas. Foi a toilette mais espampanante que ele alguma vez usou - conta Teresa Couto Pinto [...] Mas quando António Variações entra na festa que assinala o evento, há um frémito de espanto, um silêncio brevíssimo, uma alegria. Passaram tantos anos, mas Leonel Moura, um dos grandes promotores do evento, recorda-se de ter dito aos seus pares: «este tipo não está inserido no nosso movimento, mas é muito mais avançado e radical do que toda esta gente que se diz muito avançada e muito de vanguarda». E acrescenta:
- Porque ele apareceu vestido à maneira dele, mas particularmente exuberante, com uma rede de galinheiro, um puxador de porta pendurada na orelha, um cinto de correntes, um bocado na onda do punk, mas em Portugal não havia nada assim. Aliás, a moda que estava também em exposição era uma coisa muito banal, não deixou rasto. Eventualmente alguns cresceram, e tornaram-se estilistas mais conhecidos, mas ali a sua intervenção não marcou. O Variações sim. E, provavelmente sem o saber, era realmente o artista pós-moderno por excelência.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
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