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De facto, o ser humano adapta-se facilmente a novas situações.
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
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De facto, o ser humano adapta-se facilmente a novas situações.
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
O nascimento é agora.
António Ramos Rosa in A PALAVRA NO DESERTO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
e começa a trabalhar como marçano, que significa, mais ou menos, ser-se pau para toda a obra. Um marçano atende ao balcão de uma mercearia, faz limpezas e arrumações, e anda com cabazes de vime às costas, para entregar em casa dos fregueses a batata, o arroz, o feijão catarino, o cartuxo de açúcar, a barra de sabão azul e branco, a medida de azeite, o quilo de farinha, o pacote de sal, a embalagem dos ovos. Sem horário de trabalho - os estabelecimentos estavam abertos desde madrugada até noite alta (...) Mas afinal em que consistia ser-se marçano? Em 1984, um pequeno artigo de jornal, recorda os marçanos como uma das profissões «em vias de extinção»
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
Pierre Carrier-Belleuse
Les livreurs de farine
1885
Não tenho a pretensão de entender os fingimentos dos cavalheiros [...]
- Nós não fingimos, Roz. Somos honrados e cívicos em todas as ocasiões. Somos cavalheiros.
Eram um bando de hipócritas, que afirmavam honrar as mulheres mas passavam metade da noite com prostitutas, que censuravam a morte de algum limpa-chaminés nos seus clubes - os limpa-chaminés encontravam constantemente mortes horríveis, tantas eram as chaminés de Londres - mas não faziam nada para alterar as leis que afetavam os pobres desgraçados.
Grace Burrowes – Coração Ardente (2017)
Quinta Essência (2019)
No seu tempo, e num país onde a esmagadora maioria da população rural era ainda analfabeta, Deolinda de Jesus era uma das poucas pessoas, na aldeia, que sabia ler e escrever. Não frequentou nenhuma escola, mas a mestra do ateliê onde aprendeu costura ensinava a ler e a escrever às meninas que quisessem. Ela foi das poucas que quis. Ao longo de toda a vida a sua letra firme e bem desenhada encheu cartas e cartas com as quais mitigou a solidão de ter os filhos longe, permitindo-lhe, por seu turno, ler sem intermediários, as que eles lhe foram mandando [...] A certa altura, Deolinda partilhou esta ferramenta com o marido. Foi no final dos anos 50, quando surgiu a oportunidade de Jaime ser cobrador da Casa do Povo. Era um trabalho de fim de semana, mas garantia mais uma fonte de rendimento para a família. Porém, e como condição de admissão, exigia o domínio ainda que muito básico, das letras e da tabuada por causa das contas. Deolinda chamou a si a tarefa de ensinar ao marido os rudimentos da leitura e da escrita. As aulas decorriam ao serão, na mesa da sala de jantar. De lápis na mão, caderno de linhas ou quadriculado à frente, lampião de azeite na mesa, Jaime engolia o orgulho e rebentava de humilhação quando a mulher o emendava, uma vez e outra e outra. Mas o facto é que conseguiu o emprego, sinal de que lhe aproveitaram as lições.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
é tão difícil falar com uma pessoa que não fala
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
Tal como há tês anos, Dina Duarte diz que as comunicações continuam a falhar. Admite “alguma mágoa” porque apesar de todo o esforço que a associação tem feito para alertar para a falta de telecomunicações, “nada melhorou em termos de qualidade de sinal”.
Dificuldades que a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande quer denunciar junto do Governo, depois de esgotadas todas as outras vias. Dina Duarte garante que já foram feitas inúmeras queixas junto da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), e junto de todos os operadores de telecomunicações, mas sem sucesso. Agora vira-se para o Governo, com quem quer reunir para denunciar o que está mal na região de Pedrogão Grande, numa altura em que continuam por aplicar 815 mil euros de donativos de cidadãos e de empresas.
a idade é uma empresa de demolições, desde a memória aos ossos,
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
O Norberto abanou a cabeça e continuou «Mas a vida é entre o que temos e o que gostávamos de ter».
Afonso Reis Cabral – Pão de Açúcar
Publicações Dom Quixote (2018)
porque se pode murmurar para uma pessoa enquanto se ensurdece outra e tudo vibra, ao mesmo tempo em silêncio e explodindo
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
tão monótona a vida de facto, tão igual para toda a gente
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
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