vivendo e aprendendo
Tu te ofereceste aberta como eras
no sentido da dança, do fogo e do mar
António Ramos Rosa in ENCONTRO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
Tu te ofereceste aberta como eras
no sentido da dança, do fogo e do mar
António Ramos Rosa in ENCONTRO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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he kept thinking of his wife, Betsy, and he wanted to howl. He understood only this: that he deserved all of it. He deserved the fact that right now he wore a pad in his underwear because of prostate surgery, he deserved it; he deserved his daughter not wanting to speak to him because for years he had not wanted to speak to her - she was gay; she was a gay woman, and this still made a small wave of uneasiness move through him. Betsy, though, did not deserve to be dead. He deserved to be dead, but Betsy did not deserve that status [...]
When his wife was dying, she was the one who was furious. She said, "I hate you." And he said, " I don't blame you." She said, "Oh, stop it." But he had meant it - how could he blame her? He could not blame her. And the last thing she said to him was: "I hate you because I'm going to die and you're going to live."
As he glanced up a seagull, he thought, But I'm not living, Betsy. What a terrible joke it has been.
Elizabeth Strout – Olive, Again (2019)
Penguin Random House UK (2019)
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O casamento de Clotilde estava marcado para 17 de dezembro de 1939, em Cabanas de Viriato, com receção e "copo-de-água" na Casa do Passal. Porque não antecipar para outubro o regresso a Portugal dos filhos, ficando apenas Aristides e Angelina em Bordéus, com José António para ajudar no consulado e Pedro Nuno para continuar as aulas na Faculdade de Direito de Bordéus? Decidido e feito. Fernanda Dias - a "petiza" ou Fernandita, a jovem criadinha - deixou um relato dessa viagem, numa entrevista publicada na revista do Expresso de 9 de novembro de 1996, assinada por Carlos Magno: «Fernanda viajava sentada entre o condutor e a sua esposa, Angelina, quando o carro, superlotado, capotou perto de Salamanca. Ao volante vinha Aristides de Sousa Mendes, nervoso, com o coração aos saltos e a alma no acelerador. Tinha de chegar rapidamente à fronteira portuguesa. Não queria que Salazar soubesse que ele se ausentara por três dias do seu posto consular / diplomático para pôr os filhos a salvo.» A "petiza" caracterizou o meu avô Aristides como «o mais justo e sofredor de todos os santos». Em contraste com esta admiração e amizade profunda de Fernandita a Aristides e Angelina, vem-me à ideia a senhora doutoranda da Universidade de Coimbra, já por mim citada, que se tivesse sabido deste episódio poderia muito bem ter dito: «Aristides, mais uma vez a prevaricar!»
Por um lado, temos um coração humano, simples e verdadeiro, por outro, temos um julgamento político e de carácter sob a capa de uma tese de doutoramento pela Universidade de Coimbra, com tese defendida em 2013, em que no último parágrafo se escreve a respeito de Aristides: «Estamos, portanto, diante de um funcionário prevaricador. Se bem que jamais se considerasse como tal.»
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
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Reformulação do registo de pecados
(...)
Este registo de pecados devia ser um registo de pensamentos. Não são pecados: são pensamentos. Pensamentos que uma pessoa deve ter para se perguntar acerca das coisas.
Hugo Mezena – Gente Séria (2017)
Planeta Manuscrito (2018)
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Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade.
José de Alencar
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Aprendi que a vida é feita de dois lados.
Você precisa conhecer o lado torto para conhecer o lado bonito.
Então, nesse sentido, todas as experiências pelas quais nós passamos são absolutamente válidas.
Elis Regina
(17 de março, 1945 — 19 de janeiro, 1982)
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Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé.
Elis Regina
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Ténue é o cais
no Inverno frio.
Ténue é o voo
do pássaro cinzento.
Ténue é o sono
que adormece o navio.
No vago cais
do balouço da bruma
ténue é a estrela
que um peixe morde.
Ténue é o porto
nos olhos do casario.
Mas o que em fora nos dilui
faz-nos exactos por dentro.
Fernando Namora in Marketing
Quando o mar tem pés p'ra andar
E as ondas só vêm chatear
Lá do fundo do mar imundo imenso sais
Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais
Vendes no cais
Quando um barco se está para afundar
E só esses ratos não o quiserem abandonar
Quando a maré negra chegar
E não houver ninguém pr'ó crude limpar
Lá do fundo do mar imundo imenso sais
Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais
E vendes o cais
Se o pescado morre ao lado
Se ainda se ama o mar salgado
Então é ver no cinema se ainda há lodo no cais
se o mercado impera e somos todos iguais
Muito cuidado quando escorregas sempre cais
Lá do fundo do mar imundo imenso sais
Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais
Vendes o cais
Se o pescado morre ao lado
Se ainda se ama o mar salgado
Então é ver no cinema se ainda há lodo no cais
Se o mercado impera e vais sempre longe demais
Muito cuidado quando escorregas sempre cais
Se o mercado emperra e somos todos iguais
Atenção cuidado voltas ao cais
GNR
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Se Deus cantasse ele cantaria com a voz de Milton.
Elis Regina
Milton do Nascimento
(Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942)
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(2 nomes próprios, 4 sobrenomes)
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