Africa Day (25th may)
a paixão é nzua 8 embriagante e doce
8 Hidromel
José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)
Quetzal Editores (2017)
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a paixão é nzua 8 embriagante e doce
8 Hidromel
José Eduardo Agualusa – A Conjura (1989)
Quetzal Editores (2017)
O mar ainda está escuro, e muito próximo. Lambe a areia, engole, é doce, fluvial.
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas.
William Shakespeare
António de Lima Fragoso
(17 de Junho de 1897 — 13 de Outubro de 1918)
No início do giro, endireitava-se, tirava o apito, um dos grandes, e soprava, com cuspo a voar em todas as direcções. Isto era para as crianças saberem que ele tinha chegado. Levava-lhes rebuçados. Elas vinham a correr e ele ia-lhes dando os rebuçados enquanto descia a rua. O bom do G.G. [...]
Mas um dia o G.G. meteu-se numa alhada. O bom do G.G. Encontrou uma miúda pequena nova na zona. E deu-lhe rebuçados. E disse:
- Bem, tu és uma menina muito bonita! Gostava que fosses a minha menina!
A mãe estava a ouvir à janela e desatou a correr aos gritos, a acusar o G.G. de molestar uma criança. Como não conhecia o G.G., os rebuçados e aquela conversa foram demais para ela.
O bom do G.G. Acusado de molestar uma criança.
Entrei e ouvi o Stone a falar ao telefone com a mãe, tentando explicar-lhe que o G.G. era um homem honrado. O G.G. estava sentado à frente do seu móvel, absorto.
Quando o Stone acabou a conversa e desligou, eu disse-lhe:
- Não devias dar graxa a essa mulher. Ela tem uma mente suja. Metade das mães americanas, com as suas queridas ratas e as suas queridas filhinhas, metade das mães americanas tem a mente suja. Ela que se lixe. [...]
O Stone abanou a cabeça.
- Não, as pessoas são dinamite! São dinamite!
Charles Bukowski – Correios (1971)
Antígona (2015)
falou de um amigo que vinha de Amesterdão, queria trabalho, « e só você é que lhe pode dar, porque tem um projeto moderno». Com essas especificidades, António dava-lhe garantias quer em termos técnicos, quer profissionais. Por outro lado, «era rigoroso, não chegava atrasado, não faltava»; era «muito simpático com os clientes»; «não falava alto»; e, apesar da sua aparência exótica, «era uma pessoa dócil, muito simples, educadíssimo, calmo»
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
Põe o tempo o cuidado
que ignora o ouvido
e que o livro não dá.
É dele este silêncio,
este saber,
este ouvir e calar.
(...)
É dele o pouco a pouco,
o aproximado,
o justo.
(...)
É doce e grande
o tempo.
(...)
Põe o tempo o cuidado.
Mas não põe as estrelas.
Perde o olhar o brilho.
Mas o mar não se perde.
António Ramos Rosa in Antecipação à Velhice - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Os dentes, porque são dentes,
iniciais. Na espuma,
porque não são saliva
estas ondas
pouco mordentes; este
sal que sobe quase
doce; donde?
Numa espécie
de fogo: amor é fogo
que arde sem se ver;
porque não é
de facto fogo este frio aceso;
da saliva à lava
passa pela espuma.
Só os dentes.
Duros, ácidos, concentram-se
tacteando a pele,
tatuando signos sempre
moventes
de fúria. Mordida
a pele cintila; espelho
dos dentes, do seu esmalte voraz;
suavemente.
Carlos de Oliveira, in 'Pastoral'
Carlos de Oliveira
(10 de agosto de 1921 — 1 de julho de 1981)
E de novo a armadilha dos abraços.
E de novo o enredo das delícias.
O rouco da garganta, os pés descalços
a pele alucinada de carícias.
As preces, os segredos, as risadas
no altar esplendoroso das ofertas.
De novo beijo a beijo as madrugadas
de novo seio a seio as descobertas.
Alcandorada no teu corpo imenso
teço um colar de gritos e silêncios
a ecoar no som dos precipícios.
E tudo o que me dás eu te devolvo.
E fazemos de novo, sempre novo
o amor total dos deuses e dos bichos.
Rosa Lobato Faria, in 'Dispersos'
Pedro Manuel Mamede Passos Coelho
(Coimbra, 24 de julho de 1964)
No inicio de 2015, torna-se do conhecimento público que, tal como 107 mil outros Portugueses, não pagou à Segurança Social a sua contribuição enquanto trabalhador independente, antes de ser nomeado primeiro-ministro, situação que aconteceu durante a Governação do Partido Socialista. À data, a dívida encontrava-se prescrita, mas optou por ainda assim pagar o valor em dívida.
As suas primeiras declarações foram no sentido de que não pagou a dívida por desconhecimento de que o deveria fazer, uma vez que nunca havia sido informado para o fazer. Posteriormente, surgem indicativos que este pediu esclarecimentos sobre a sua situação fiscal, já quando ocupava o cargo de primeiro-ministro, tendo então intenção de pagar a dívida, já prescrita, quando o seu mandato terminasse. A polémica gerada em torno do caso foi categorizada pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, como campanha eleitoral. A Autoridade Tributária e Aduaneira instaurou processos disciplinares aos funcionários que consultaram os dados fiscais de Passos Coelho, e de outros contribuintes, por alegada quebra de sigilo fiscal.
Em novembro de 2017, a empresa Tecnoforma, da qual foi consultor e administrador, foi investigada pelo gabinete Anti-Fraude da União Europeia. No entender deste gabinete, há cerca de 7 milhões de euros que devem ser restituídos à UE.
in https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Passos_Coelho
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