Gal
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Ele volta ao quarto. Ela estava ali, por trás da espessura das paredes. Ele quase se esquece da sua existência sempre que volta do mar [...]
Talvez ela não durma. Ele não quer acordá-la, força-se a não o fazer, olha-a. O rosto está abrigado, debaixo da seda preta. Só o corpo nu está na luz amarela, mártir.
[...] perto daquela hora, com a vinda do dia vem a infelicidade [...]
Ele aproxima-se dela, olha para o lugar da frase que faria com que ele a matasse, ali, na base do pescoço, nas redes do coração [...]
Ela manifestamente não viu o barco. Não ouviu o seu barulho. Ignora tudo sobre o barco porque simplesmente dormia quando o barco passou. Tanta inocência faz com que ele lhe pegue na mão e a beije.
Ela ignora que passou a ser aquela que não sabe [...]
Marguerite Duras – Olhos Azuis, Cabelo Preto (1986)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Estou perdido de não chegar a nada
António Ramos Rosa in CLAREIRAS - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
Porque és sem tensão o resultado,
o chegado. A praia e o centro do olhar
no extremo e simples.
[...]
à varanda de ti próprio.
À varanda do mar.
[...]
No espaço interno mar
onde chegaste
o desejo coincide em si
no mar.
António Ramos Rosa in O DESEJADO CHEGADO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
unânime sabor enorme das folhas que nas mãos
se enrolam frescas
somos quase a água de um segredo
como se nascêssemos
com os punhos rolados no mar
o solo até à boca
os ossos vivos no abraço
In Perto do Mar
António Ramos Rosa - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
amor, sem isso não vale a pena estar vivo. A minha vida foi feita para se entranhar na tua
Afonso Cruz - Jesus Cristo Bebia Cerveja (2012)
Penguin Random House (2016)
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