Deixar-me-ei cair na margem do rio e ficarei a ver os peixes deslizar por entre as canas. As palmas das minhas mãos ficarão cheias de marcas provocadas pelas agulhas dos pinheiros. Lá conseguirei tirar de dentro de mim aquilo que aqui foi construído; qualquer coisa dura.
Virginia Woolf – As Ondas (1931)
Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)
Ténue é o cais no Inverno frio. Ténue é o voo do pássaro cinzento. Ténue é o sono que adormece o navio. No vago cais do balouço da bruma ténue é a estrela que um peixe morde. Ténue é o porto nos olhos do casario. Mas o que em fora nos dilui faz-nos exactos por dentro.
Fernando Namora in Marketing
Quando o mar tem pés p'ra andar E as ondas só vêm chatear Lá do fundo do mar imundo imenso sais Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais Vendes no cais
Quando um barco se está para afundar E só esses ratos não o quiserem abandonar Quando a maré negra chegar E não houver ninguém pr'ó crude limpar
Lá do fundo do mar imundo imenso sais Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais E vendes o cais
Se o pescado morre ao lado Se ainda se ama o mar salgado Então é ver no cinema se ainda há lodo no cais se o mercado impera e somos todos iguais Muito cuidado quando escorregas sempre cais
Lá do fundo do mar imundo imenso sais Oh! Neptuno e as tuas sereias sensuais Vendes o cais
Se o pescado morre ao lado Se ainda se ama o mar salgado Então é ver no cinema se ainda há lodo no cais Se o mercado impera e vais sempre longe demais Muito cuidado quando escorregas sempre cais
Se o mercado emperra e somos todos iguais Atenção cuidado voltas ao cais