As árvores como os livros têm folhas e margens lisas ou recortadas, e capas (isto é copas) e capítulos de flores e letras de oiro nas lombadas. E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras, que se podem ler nas suas páginas, no pecíolo, no limbo, nas nervuras. As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta das zonas temperadas». É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras.
A perceção de que estariam a registar-se alterações na expressão do racismo, levou ao conceito de racismo cultural na Europa dos anos 80, quando se regista uma nova argumentação a favor da rejeição da imigração proveniente das ex-colónias europeias [...]
Embora o racismo biológico não seja posto de parte nestes movimentos, os argumentos contra a imigração de não-brancos e a rejeição em geral de pessoas de origem não-europeia focam a «diferença cultural», sendo progressivamente sistematizados e difundidos os princípios ideológicos do que viria a ser classificado como «novo racismo», ou «racismo diferencialista», ou ainda «racismo cultural», por vários cientistas sociais e filósofos. Esses princípios ideológicos podem ser resumidos da seguinte forma: as diferenças culturais entre grupos de humanos são muito profundas e remetem para diferenças de natureza; algumas culturas são superiores a outras; culturas diferentes são intrinsecamente incompatíveis e dificilmente podem coexistir numa mesma sociedade [...]
É só nos anos 90 que surgem as primeiras pesquisas que examinam se e como o senso comum inferioriza culturalmente, e se esta inferiorização se pode conceptualizar como uma nova forma de racismo.
Jorge Vala –Racismo, Hoje, Portugal em Contexto Europeu(2021)
Fundação Francisco Manuel dos Santos, Jorge Vala (2021)
- Supongo que no. A menos que tú quieras. Nunca abro los livros que traen. Reconozcámoslo, la mayoría son malos. Ahora todo el mundo se piensa que sabe escribir (...) Por lo que cuentan, todos son unos genios incomprendidos. Eso es lo que me dicen. Estoy hasta la coronilla de marginados sociales.
David Foenkinos - La biblioteca de los libros rechazados (2016) Titulo original: Le Mystère Henri Pick Traducción de María Teresa Gallego Urrutia y Amaya García Gallego Penguin Random House Grupo Editorial S.A.U. (febrero, 2017)
eu sou só mais um gênio perdido entre os livros da biblioteca pública que você gosta de ter ao lado pra se sentir madura pra se sentir segura na confusão
pena que nada disso importa é pena que nada disso importa porque eu quero ser o homem que você deseja quando toma banho ou quando se masturba eu quero ser o corpo que você almeja quando está com fome ou quando está insone foda-se o que eu sei e o que eu te ensinei
eu sou só mais um homem culto e divertido que você sempre vai levar pros bares pra impressionar amigos pra se sentir madura eu sou somente a armadura na escuridão
é pena que nada disso importa é pena que nada disso importa porque eu quero ser o homem que você deseja quando toma banho ou quando se masturba eu quero ser o corpo que você almeja quando está com fome ou quando está insone foda-se o que eu sei e o que eu te ensinei
eu sou só mais um (gênio perdido entre os livros da biblioteca pública que você gosta de ter ao lado) eu sou só mais um (gênio perdido entre os livros da biblioteca pública que você gosta de ter ao lado) eu sou só mais um (por que você vem me chamar?) por que você vem me chamar? eu sou só mais um e você vem me chamar
Así que ese era Rouche, un hombre que llegaba con mucho retraso a la mejor version de sí mismo (...) Pero mientras iba andando hacia la biblioteca, tuvo por fin la sensación de que estaba conquistando el presente. Estaba exactamente donde debía estar.
David Foenkinos - La biblioteca de los libros rechazados (2016) Titulo original: Le Mystère Henri Pick Traducción de María Teresa Gallego Urrutia y Amaya García Gallego Penguin Random House Grupo Editorial S.A.U. (febrero, 2017)
El protagonista trabaja en una biblioteca que acepta todos los libros que han rechazado las editoriales. Se puede uno encontrar allí, por ejemplo, con un hombre que ha acudido a dejar un manuscrito tras haber padecido cientos de rechazos. Y de esa forma se van juntando ante los ojos del narrador libros de todo tipo. Se puede dar allí tanto con un ensayo como El cultivo de las flores a la luz de las velas en una habitación de hotel cuanto con un libro de cocina que recoge todas las recetas de los platos que aparecen en la obra de Dostoievski. Una gran ventaja de esta organización: es el autor quien elige el lugar que quiere en los estantes. Puede deambular entre las páginas de sus colegas malditos antes de localizar el sitio que le corresponde en esa forma de antiposteridad. En cambio, no se acepta ningún manuscrito que llegue por correo. Hay que ir en persona a dejar la obra que no ha querido nadie, como si esa acción simbolizara la voluntad postrera de abandonarla definitivamente.
David Foenkinos - La biblioteca de los libros rechazados (2016) Titulo original: Le Mystère Henri Pick Traducción de María Teresa Gallego Urrutia y Amaya García Gallego Penguin Random House Grupo Editorial S.A.U. (febrero, 2017)