crer p'ra nascer
Natália de Oliveira Correia
(13 de Setembro de 1923 —16 de Março de 1993)
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Natália de Oliveira Correia
(13 de Setembro de 1923 —16 de Março de 1993)
«Dee Dee», disse ele, «daqui a meia hora tenho uma entrevista com o Rod Stewart. Tenho de ir.» Partiu.
Dee Dee pediu outra rodada. «Porque é que não és simpático para as pessoas?»
«Medo», respondi.
Charles Bukowski – Mulheres (1978)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2003)
A MORTE E O AVARENTO (1494)
Hieronymus Bosch
Recém-chegado da tropa no ultramar, no início dos anos 70, António ainda não pertencia ao meio musical. Mas, pela forma de estar, de vestir, e de ser, começava a ser um Extraterrestre, num país onde era pecado ser diferente, numa sociedade que tranquilizava os seus terrores arcaicos com a estandardização. «Sempre Ausente», um poema do álbum Anjo da Guarda, ilustra estes tempos e esta busca:
Diz-me que solidão é esta
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo
Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas p'ra quem quer que seja
Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
Eu tenho um anjo
Anjo da Guarda
Que me protege de noite e de dia
Eu não o vejo
Eu não o ouço
Mas sinto sempre a sua companhia 1
1 António Variações, «Anjo da Guarda», Anjo da Guarda, EMI - Valentim de Carvalho, 1983
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)
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