a bondade, salva
Numa carta datada de fevereiro de 1968, escrita a Joana de Sousa Mendes, a filha de Aristides e Angelina que a partir de Nova Iorque se bateu valentemente pela reabilitação do pai até à sua morte, o professor Charles Oulmont escreve: «[...] Nunca esquecerei a forma como o seu pobre pai se empenhou para aliviar o sofrimento dos judeus durante a invasão de França em 1940, em Bordéus. Pessoalmente, encontrava-me também, nessa situação desesperada, como refugiado, apesar de ter sido convidado pelo governo português para estar presente nas cerimónias da Independência de Portugal. Poderíamos pensar que tal facto protegeria a minha vida! Infelizmente, não foi o caso, e foi o seu pai e só ele, com a sua bondade, quem me salvou...
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)