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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

tapkiano

29.05.23

[...] Kafka analisa a situação do marginalizado, vítima de permanente incomunicação. E explora um elemento constante em quase toda a sua obra: o totalitarismo da burocracia. Além disso, evidencia o seu pessimismo face ao humano, o medo da perda da identidade humana e o abandono do instintivo. São questões actuais hoje em dia.

Os fantasmas que perseguem o escritor deram lugar ao adjectivo "kafkiano": tudo o que é absurdo, confuso, obscurecido por uma maquinaria formal ou que se enreda nas redes de burocracias, instituições e papéis. 

 

Franz Kafka – A Metamorfose (1915)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)

 

imagem: https://store.flytap.com/pt/crianca/

 

 

 

straight ahead

19.04.22

Dizem que devemos enfrentar a tempestade acreditando que o Sol brilha do outro lado;

 

Virginia Woolf – As Ondas (1931)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

Modern Abstract hand-pain Portrait Oil Painting on Canvas:Break Heart.

 

 

livramentos

21.12.21

Ele vê todas as coisas com os contornos desmaiados [...]  Não posso expor a minha paixão absurda e violenta à sua simpatia compreensiva [...] Preciso de alguém cuja mente caia como um machado no seu cepo; para quem o cúmulo do absurdo seja sublime, e considere um simples atacador como algo digno de admiração. A quem poderei desvandar a urgência da minha paixão? O Louis é demasiado frio, demasiado universal. Não há ninguém aqui - entre estas arcadas cinzentas, estes tolos que se lamentam, estes jogos e animadas tradições, tudo organizado com grande mestria para que não nos sintamos sós.

 

Virginia Woolf – As Ondas (1931)

Colecção Mil Folhas / Bibliotex SL / M.E.D.I.A.S.A.T. e Promoway Portugal Ltda (2002)

 

créditos imagem https://www.eagence.com.br/blog/entenda-como-marcas-famosas-utilizam-a-psicologia-das-cores/

 

bubuiando

17.03.21

le vide n'abolit pas l'inconnu mais l'éblouit

[...]

Tudo arde ainda na minuciosa paciência

[...]

Intensidade e tensão 

da atenção pura

que sabe conter o que não se pode conter 

 

estremecimento que não treme

tudo respira no silêncio

[...]

amorosos dedos de um amor da terra 

[...]

teia aberta 

[...]

e navio submerso 

[...]

pedra de infinita transparência

[...]

paciência ardente 

[...]

vazio amante

[...]

mão que penetrou no impenetrável 

[...]

a infinita intensidade do contacto 

 

António Ramos Rosa in  UM ESPAÇO DE SILÊNCIO (Proposições sobre a pintura de Vieira da Silva)  - Obra Poética I

Assírio & Alvim (2018)

 

O Naufrágio

Maria Helena Vieira da Silva 

 

mulher(ão) I

14.11.19

Um pouco de conversa talvez tivesse sido o bastante para despertar em mim algum carinho por ele, mas não havia conversas. Uma vez disse-me que era melhor para um homem estar no meio do mato do que com uma mulher com opiniões (...) Considerava que um homem era mais admirado quando tinha uma mulher bonita ao seu lado, e deliciava-se com os olhares invejosos dos amigos quando estávamos juntos. 

 

Wray Delaney - Memórias de Uma Cortesã  (2016)

Quinta Essência, Oficina do Livro (2017)

 

 

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Paon

Nataly Serebrich

 

aquilo que se vê

17.08.17

 

 

fecho os olhos. vejo luzes de cidades distantes. a noite

distante. vejo o brilho de um sonho tão impossível.

 

a escuridão é absoluta. a escuridão é infinita.

todos os cegos sabem que a escuridão é a morte.

 

fecho os olhos. vejo aquilo que se vê com os

olhos fechados.

 

 

José Luís Peixoto in OLHOS FECHADOS  - A Casa, a Escuridão (2002)

Quetzal Editores (2014)

 

 

amadeo

14.11.16

eu nem a mim próprio me imito

 

 Amadeo de Souza-Cardoso

(14 de novembro, 1887 – 25 de outubro,1918) 

 

 

Em 1916, foram expostas 114 obras no Porto, 113 em Lisboa. A exposição comemorativa reúne aproximadamente 70% das obras identificadas a partir dos catálogos originais e estará patente no Museu Nacional Soares dos Reis, de 1 de Novembro de 2016 a 1 de Janeiro de 2017, e no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, de 12 de Janeiro a 26 de Fevereiro de 2017.

 

in http://www.patrimoniocultural.pt/pt/agenda/exhibitions/exposicao-amadeo-de-souza-cardoso-porto-lisboa-2016-1916/