prémio nobel das letras: porque só eu e o Bob ainda não comentámos *
* por acaso já nem devia escrever o que vou escrever só para partilhar o posto da arrogância e má-educação com o Bob
O busilis da questão é o estilo. Bem como o carisma. Há coisas com as quais se nasce - ou não. E na busca desenfreada por aqueles se deita a perder aquilo que pode ser conquistado: idoneidade.
Há muito que acredito que antes de se abrirem as portas da academia, para anunciar os visados do ano, muito se lagartou em cima de cogumelos. Este ano, no entanto, a carência, a falta de atenção, uma psicose com muita MTV à mistura (por parte da academia, entenda-se), deu no que era previsível, isto é, barafustaram os que ainda tentam atribuir importância a um prémio pertencente a uma academia há muito vendida e ignoraram os que preferem ler bons livros e ouvir boa música - sabendo que a arte é per si verdadeiramente multidisciplinar e que os prémios, todos eles, valem o que valem.
Como sou crédula por natureza - e não apenas no que ao lado bom das pessoas ou instituições diz respeito - pondero se isto não será um desvio disfarçado e programado no tempo para que, mais tarde, possa o prémio ficar em casa; e não, não me refiro a um qualquer escritor sueco de nome impronunciável mas sim aos queridosᗅᗺᗷᗅ.
Apenas duas curiosidades me assaltaram quando li o anúncio da academia:
1) como se irá sentir - e que resposta dará - o próximo Prémio Nobel da Literatura? Imagino que ser o digno sucessor de Bob Dylan não passa pela cabeça de um qualquer escritor.
2) finalmente(!) é cada vez mais credível a aposta num livro dedicado à poemática dos GNR e sair vencedor de um prémio Camões.
It's not easy to define poetry.
Bob Dylan