equívoco tão moderno na avaliação de uma mulher
É verdade que Sand sente necessidade de dar - afecto, tempo, cuidados, carinho, atenção -, mas desde que tal não equivalha a renunciar à sua liberdade de pensamento e à sua independência. Esta dualidade é visível através de um subterfúgio estilístico: de facto, Sand refere-se a si mesma, alternadamente, no género feminino e masculino. É ela a primeira, aliás, a ser apanhada nessa contradição, nesse equívoco tão moderno que avalia a mulher enquanto independente ou amante, nunca considerando ambas as condições.
George Sand – Diário Íntimo
Antígona (2004)