conversa com poucos
Facilmente, passa-se do hedonismo à arrogância com que cada um vive e respira o ar do tempo:
- Havia aquela tontice de todos se acharem únicos, inimitáveis, importantíssimos, excelentes, de modo que só estavam aqui para ditar leis, - recorda Teresa Couto Pinto, que acrescenta: - Na verdade, éramos todos um pouco críticos e com certa intolerância. O António não, embora a seu modo também fosse elitista e seletivo. Costumava dizer: aceito toda a gente, mas isso não significa que tenham de vir todos à minha casa. Ou que tenha de ir beber copos com eles, porque não há paciência para lhes aturar a conversa.
Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)