não aumentar
quando as pessoas muito atentas seja ao que for a idade aumenta logo
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
quando as pessoas muito atentas seja ao que for a idade aumenta logo
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
Mais para ler
a partir dos trinta e cinco anos, como garante o meu pai, entre outubro e abril sempre de mantinha nos joelhos e o ouvido já duro, principiamos a cair
António Lobo Antunes – A Última Porta Antes da Noite (2018)
Publicações Dom Quixote (2018)
Mais para ler
1º Amar a Deus acima de tudo e respeitar todos os Santos;
2º Respeitar a Semana Santa;
3º Respeitar todas as Religiões e credos que elevam o nome de Deus – Nosso Pai;
4º Ajudar-se mutuamente;
5º Amar e não desmerecer nenhuma criança;
6º Respeitar os idosos e não desprezar a sua sabedoria;
7º Não mostrar o corpo;
8º Não se prostituir;
9º Manter a fidelidade entre os casais;
10º Não se envergonhar de sua origem;
11º Não deixar de praticar o dom da adivinhação;
12º Não trair seu povo.
Mais para ler
O teu avô pisava as uvas para fazer vinho, não era? Quando se chega a esta idade somos umas uvas, pisadas a vida inteira. Um dia, Nosso Senhor transformar-nos-á em vinho. Sofremos tanto que já só podemos ressuscitar, já não nos sobra mais nada.
Afonso Cruz - Jesus Cristo Bebia Cerveja (2012)
Penguin Random House (2016)
Mais para ler
Não tendo ainda descoberto a América e não podendo portanto receber auxílio do Plano Marshal, a extremidade ibérica deste nosso mundo ocidental atravessava então momentos difíceis. Sem indústria pesada, sem divisas da área do dólar, a contas com a inflação e com o maior cardume de tubarões de que reza a história, a sua economia não se mostrava à altura das circunstâncias. Os metálicos filões que haviam dado o nome às Idades do Cobre, do Bronze e do Ferro, tinham desaparecido uns atrás dos outros; e nem a agricultura nem o turismo, nem as comemorações dos centenários desses mesmos filões, despertavam o interesse dos indígenas (...) Nem tudo porém era mau, como estas linhas podem fazer crer. Graças a uma política firme e inteligente, que durou longos anos, foi possível equilibrar a subida dos custos com uma substancial descida do nível de vida e, desta forma, salvaguardar a cultura e a civilização do Ocidente.
O resto do Mundo encontrava-se em pleno estado selvagem e não merece que se perca tempo a descrevê-lo. Teria, aliás, de esperar muitos séculos até que, por mares nunca dantes navegados, levássemos até ele, graças ao nosso espírito desinteressadamente civilizador, os missionários, o fado e o hóquei em patins.
Vilhena – História Universal da Pulhice Humana (1960/1961/1965)
Edição Completa, Integral e Nunca Censurada dos Três Volumes Originais Pré-História / O Egipto / Os Judeus
Herdeiros de José Vilhena / SPA 2015, E-Primatur (2016)
Mais para ler
demasiado tarde logrou libertar-se das impaciências juvenis e percebeu que a única salvação reside no aplicar-se às coisas que existem.
Italo Calvino - Palomar (1983)
Planeta DeAgostini (2001)
Mais para ler
a crítica (...) expressa numa ausência de elogios
há pessoas que necessitam de um baloiço para o raciocínio
sempre me fizeram sonhar os comboios
me esqueci da professora mas as vírgulas ficaram, vírgula, segundo ela eram sempre úteis mesmo ao conversar
- Com uma pausazinha na altura certa fica tudo mais claro
muito se morre em Portugal de facto
o avô do meu marido a abrir a tampa do relógio do colete
- Nove horas
e a fechá-la num estalinho que lhe agradava, se lho emprestasse abria e fechava-o duzentas vezes porque lhe apetecia comer aquele som
apesar de estarmos no outono e uma chuvinha parva, dessa que não molha nem se sente, nos convida ao suicídio apenas, a vizinha triste, a minha mãe triste por contágio que a infelicidade pega-se
o som do pêndulo do relógio da sala, de dia quase mudo e à noite enorme porque no escuro tudo aumenta
não se falavam há anos que o tempo separa as pessoas e depois o esquecimento começa o seu trabalho
- Tenho cinquenta e nove anos caramba
tombaram-lhe como tijolos os cinquenta e nove anos em cima
até um grilo uma tarde na bancada que expulsei com um piparote para o quintal onde mais tarde ou mais cedo uma lagartixa o arrastaria por uma das patas na direcção de uma falha de muro, tudo come tudo neste mundo, é assim, até o mar devagarinho vai comendo os penedos, a nós come-nos a idade
por ser vasta era mais paciente, sempre nervosas, as magras
porque na vida não existem certezas e até Deus muda de humor
as pessoas são tantas dentro das pessoas que são
adivinhava que me miravam porque um peso em mim, sentimos sempre um peso quando nos olham
espanta-me que haja pessoas ingénuas capazes de acreditarem nas mentiras das ondas
há coisas que nos agradam ao princípio e o tempo torna sinistras
que pena as pessoas não se aceitarem como são
e eu calada a engolir-me a mim mesma, como é complicado engolirmo-nos a nós mesmos
derivado ao sol, levo esta luz, esta felicidade, esta paz (...) até nos dissolvermos na luz
António Lobo Antunes – Para Aquela Que Está Sentada No Escuro À Minha Espera (2016)
Publicações D. Quixote | Leya (2016)
Mais para ler
Foste de verdade, não de feito, a voz de Portugal.
(...)
A Portugal, a voz vem-lhe sempre depois da idade
e tu quiseste acertar-lhe a voz com a idade
e aqui erraste tu,
não a tua voz de Portugal
não a idade que já era hoje.
(...)
Tu levaste empunhada no teu sonho a bandeira de Portugal
vertical
sem pender pra nenhum lado
o que não é dado pra portugueses.
Ninguém viu em ti, Fernando,
senão a pessoa que leva uma bandeira
e sem a justificação de ter havido festa.
Nesta nossa querida terra onde ninguém a ninguém admira
e todos a determinados idolatram.
Foi substituído Portugal pelo nacionalismo
que é maneira de acabar com partidos
e de ficar talvez o partido de Portugal
mas não ainda apenas Portugal!
Portugal fica para depois
e os portugueses também
como tu.
José de Almada Negreiros, ODE A FERNANDO PESSOA
Poemas Escolhidos José de Almada Negreiros - Assírio & Alvim | Porto Editora 2016
Mais para ler
Frédéric se tomó el té por cortesía, aunque lo que más asco le daba en el mundo era el aroma a caramelo.
(…)
Al ver la casa de asombro de los parisinos, Madeleine añadió que lo decía en broma. Según iba envejeciendo, se percataba de que nadie pensaba ya que fuera capaz de tener sentido del humor. Claro, los viejos no pueden por menos de convertirse en unas personas lúgubres que no entienden nada ni son capaces del menor ingenio.
David Foenkinos - La biblioteca de los libros rechazados (2016)
Titulo original: Le Mystère Henri Pick
Traducción de María Teresa Gallego Urrutia y Amaya García Gallego
Penguin Random House Grupo Editorial S.A.U. (febrero, 2017)
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Resta-nos ser mareantes e marear (...) Em «nós»
Maria Gabriela Llansol - O Começo de Um Livro É Precioso
Assírio & Alvim (outubro 2003)
Somos a fachada de uma coisa morta
E a vida como que a bater à nossa porta
Quando formos velhos
Se um dia formos velhos
Quem irá querer saber quem tinha razão
De olhos na falésia
Espera pelo vento
Ele dá-te a direcção
Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
A idade é oca e não pode ser motivo
Estás a ver o mundo feito um velho arquivo
Eu caminho e canto pela estrada fora
E o que era mentira pode ser verdade agora
Se o cifrão sustenta a química da vida
Porque tens ainda medo de morrer
Faltará dinheiro
Faltará cultura
Faltará procura dentro do teu ser
Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
Diz-me se ainda esperas encontrar o sentido
Mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido
Não tens de olhar sem gosto
Nem de gostar sem ver
Ninguém é quem queria ser
Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
Manuel Cruz - Ninguém É Quem Queria Ser
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