Kali-Yê, minha mãe!
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes.
in https://casadopaibenedito.com/oroina/
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
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Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam os seres em tormentos para seus semelhantes.
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E apesar de Bukowski ter vindo para os Estados Unidos com dois anos de idade, poderá certamente haver uma herança genética, física e espiritual. Bukowski não pode ser considerado um reaccionário, mas existem traços da disciplina e da resiliência germânica na sua personalidade, que lhe permitiram adaptar-se e sobreviver durante tanto tempo em condições frequentemente adversas, depressivas e humilhantes, prosseguindo a sua viagem ao fim da noite. Amante de Beethoven, Sibelius e Bruckner, no final da vida tornou-se um apreciador de vinhos e de cervejas alemãs. Apesar dos conflitos com os seus pais «prussianos», ele tinha consciência do seu próprio potencial de crueldade e tentava arduamente controlá-lo... E acabou por ser um pai muito diferente e carinhoso para a sua filha, garantindo-lhe uma vida diferente da sua. De alguma forma, teve força suficiente para sobreviver às dificuldades da sua infância e, na idade adulta, ao trabalho físico, às lutas nos bares, às mulheres de vida fácil, às bebedeiras, aos hábitos autodestrutivos e aos confrontos com a polícia, tal como Barbet Schroeder mostrou no seu clássico filme de culto Barfly.
Charles Bukowski – Correios (1971)
Antígona (2015)
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As ruas estavam cheias de pessoas doidas e chatas. A maior parte vivia em boas casas e parecia não trabalhar, o que me deixava a pensar como é que conseguiam.
Charles Bukowski – Correios (1971)
Antígona (2015)
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Numa carta datada de fevereiro de 1968, escrita a Joana de Sousa Mendes, a filha de Aristides e Angelina que a partir de Nova Iorque se bateu valentemente pela reabilitação do pai até à sua morte, o professor Charles Oulmont escreve: «[...] Nunca esquecerei a forma como o seu pobre pai se empenhou para aliviar o sofrimento dos judeus durante a invasão de França em 1940, em Bordéus. Pessoalmente, encontrava-me também, nessa situação desesperada, como refugiado, apesar de ter sido convidado pelo governo português para estar presente nas cerimónias da Independência de Portugal. Poderíamos pensar que tal facto protegeria a minha vida! Infelizmente, não foi o caso, e foi o seu pai e só ele, com a sua bondade, quem me salvou...
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
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A época das chuvas começou [...] Os carteiros efectivos telefonavam a dizer que estavam doentes, de todas as estações da cidade, portanto todos os dias havia trabalho na Estação de Oakford e em todas as outras. Até os substitutos telefonavam a dizer que estavam doentes. Eu não o fiz, porque o cansaço não me deixava pensar em condições.
Charles Bukowski – Correios (1971)
Antígona (2015)
Source Of Warmth
Katie m. Berggren
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William Carlos Williams - Paterson
William Carlos Williams
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Silêncio do incontível, como
recusar a veemência
desta cegueira? [...]
Artérias vivas,
estrelas, relâmpagos,
jorrarão da obscuridade vermelha?
António Ramos Rosa in MEDIADORA DO MUTISMO - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Bordéus, que em tempos de paz tinha cerca de 200 mil habitantes, até 15 de junho iria contar com mais de um milhão de habitantes. Como acolhê-los, onde se refugiariam eles?
Em 1940, as pessoas não tinham máquinas fotográficas como hoje. Se não há registos de imagem suficientes desses dias negros, há, no entanto, uma gravura que ilustra melhor que tudo o que foi a entrada em Bordéus, em meados de junho de 1940, pela Pont de Pierre. Essa visão catastrófica ficou, sem dúvida, gravada nas mentes de Aristides e Angelina, tal como ficou gravada na mente do pintor e gravador Charles Philippe, o artista que a celebrizou dois anos mais tarde numa gravura que faz parte dos Arquivos Municipais de Bordéus [...] e das janelas do consulado de Portugal viam-se facilmente os autocarros, as ambulâncias, as centenas de automóveis particulares e os milhares de pessoas "engarrafados" nesta entrada de Bordéus, à mercê de um eventual ataque aéreo.
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
L’exode juin 1940
Charles Philippe
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Vibra
discreta e lancinante, espera
coincidir.
António Ramos Rosa in MEDIADORA DA COINCIDÊNCIA - Obra Poética I
Assírio & Alvim (2018)
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Um jornalista do Le Monde, José Alain Fralon, que seguia o processo Papon, achou curioso o argumento do Père Bernard. Encontrou-o, e escreveu um grande artigo sobre Aristides, com chamada na primeira página do Le Monde. Um artigo que deu que falar. José Alain Fralon é contactado por uma editora de Bordéus, a Mollat, e escreve Le Juste de Bordeaux, um livro que será traduzido para português, inglês e alemão. A notícia do Le Monde chega ao parlamento europeu, em Bruxelas. Desta vez, os deputados portugueses, de todos os partidos, estão disponíveis para responder afirmativamente a uma iniciativa de Otto von Habsburg, em favor do cônsul de Bordéus. Em novembro de 1998, o parlamento europeu organiza uma homenagem a Aristides de Sousa Mendes em Estrasburgo. Devido a doença grave do arquiduque, é o filho mais velho, Karl von Habsburg, quem lê o discurso principal, escrito pelo pai.
António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes (2017)
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