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Nariz de cera

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.

Nariz de cera

31
Mai21

queimadas (ou os incendiários de espécie 2)

Cecília

As causas para os vários focos de incêndio que evoluíram para um cenário para lá da capacidade de combate são, segundo o mesmo relatório encomendado pela Assembleia da República, o incendiarismo (36 por cento), queimadas (33 por cento) e reacendimentos (24 por cento).

 

Patrícia Carvalho – Ainda aqui estou (2018)

Fundação Francisco Manuel dos Santos e Patrícia Carvalho (2018)

 

34 Peasant Burning Weeds.jpgPeasant Burning Weeds (October, 1883)

Vincent van Gogh

 

29
Mai21

[minha] força flor

Cecília

Outros fatores contribuíram para esta alteração no panorama musical. No final dos anos 70, alguns dos melhores artistas de antes do 25 de Abril, estavam nitidamente em crise. Zeca Afonso, farol de gerações, com discos geniais, e outros artistas, «pareciam atravessar uma crise de inspiração». A produção mais panfletária também perdera grande parte do seu interesse e força. As carreiras de cantores e compositores consagrados evidenciavam alguma arritmia. Alguns, nunca conseguirão passar «os anos 80». Como por exemplo, «Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Carlos Mendes, toda essa gente que não consegue passar os anos 80, e ali fica, encalhada, com muita amargura nalguns casos»

 

Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)

Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018)

 

 

26
Mai21

educação superada

Cecília

E lembra-se das vezes em que desciam juntos o Chiado, quando o acompanhou à Valentim de Carvalho, «e todos paravam para o olhar, mas não havia comentários desagradáveis. Havia espanto, um enorme espanto.»

 

Manuela Gonzaga – António Variações, Entre Braga e Nova Iorque (2018)
Manuela Gonzaga e Bertrand Editora (2018) 

 

 

25
Mai21

os mal fodidos da Transilvania

Cecília

O que eu estou a tentar dizer é que há um certo tipo de jogos que se fazem nos escritórios, por essa América fora. As pessoas estão aborrecidas, não sabem o que fazer e então brincam ao romance-de-escritório. Na maior parte dos casos é mesmo só para passar o tempo. Às vezes, ainda conseguem dar uma ou duas quecas por fora. Mas, mesmo assim, é só um passatempo para distrair, como o bowling, a televisão ou uma festa de passagem de ano. Se perceberes que não tem qualquer significado, não vais sair magoada. Percebes o que te estou a dizer? 

 

Charles Bukowski – Correios (1971)

Antígona (2015)

 

 

25
Mai21

gestão de canalizações de fluxos

Cecília

Os jornais da região, e não só, fizeram eco do que foram esses dias da última semana de junho e primeiras de julho em Vilar Formoso. Os comboios chegavam cheios de refugiados, e a PVDE mantinha-os, por vezes durante vários dias, nessa estação, à espera de que os seus agentes tivessem tempo suficiente para fazer um controlo eficaz. 

Manuel Lourenço de Andrade, um jovem de 20 anos em 1940, habitava a cem metros da famosa estação que iria ficar na história. Para ele, o mês de junho desse ano, tornou-se um capítulo inesquecível da sua juventude. Assistiu à dor de todas aquelas pessoas, e também presenciou gestos de solidariedade numa base quotidiana. Contou-me como ele e a sua família sentiram o sofrimento que começou a chegar a Vilar Formoso, em comboios superlotados, a partir de meados de junho. Iam todos os dias à estação de caminhos de ferro da vila, levando outros a seguir o seu exemplo, para prestar ajuda e oferecer bens de primeira necessidade aos refugiados, por vezes apenas umas palavras de encorajamento. Lembra-se de um refugiado que ao fim de uma semana sucumbiu à doença, por falta de assistência médica e de medicamentos. Ficou sepultado no cemitério de Vilar Formoso - os habitantes da vila acompanharam o cortejo fúnebre.

Obviamente, a PVDE não estava lá por razões humanitárias, mas para controlar o fluxo de pessoas e canalizá-las para diferentes zonas do país. O aspeto humanitário não foi pensado pela autoridades deste país tão católico, num momento em que as consequências de mais uma guerra mundial alastravam até ao território nacional. 

 

António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes  (2017)

25
Mai21

transformar-se em

Cecília

Efetivamente, a determinação em salvar pessoas desobedecendo às ordens do governo expressas na Circular 14, a abertura de espírito e o amor ao próximo, seguindo o exemplo do «Bom Samaritano», a compaixão para com os que sofrem transformando-se num deles e aceitando todo o sofrimento que daí veio "com amor", como a Dra. Raquel Andrade tão bem exprimiu no subtítulo da sua tese de doutoramento O Diplomata que se fez Refugiado, esclarecem-nos sobre a epopeia de Aristides. 

 

António Moncada S. Mendes – Aristides de Sousa Mendes, Memórias de Um Neto
Edições Saída de Emergência e António Moncada S. Mendes  (2017)

 

 

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