o estrangeiro
É uma tecnologia nova lá da Alemanha -- carimbou o Fonseca com a autoridade vinda do estrangeiro.
Ricardo Adolfo, Mizé - Antes gálderia do que normal e remediada
Alfaguara (2011)
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É uma tecnologia nova lá da Alemanha -- carimbou o Fonseca com a autoridade vinda do estrangeiro.
Ricardo Adolfo, Mizé - Antes gálderia do que normal e remediada
Alfaguara (2011)
A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros,
Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram...
Augusto Cury
Às vezes, a vida é uma coisa tão bela que choro de ternura e não ligo ao que dizem.
Afonso Reis Cabral – Pão de Açúcar
Publicações Dom Quixote (2018)
Que o fosso da memória se transponha,
que seja a solidão atravessada!
Da cálida crisálida renasça
de novo para o corpo o corpo todo!
Venham as roucas sílabas da posse
no búzio dos ouvidos enroladas!
Sobre a teia das veias impalpáveis,
reconstrua-se a cúpula dos olhos!
Que tudo, tudo, súbito se emprenhe
da realidade que a lembrança apenas
em folha de álbum, ressequida, guarda!
Que eu vá de novo decorar-te a seiva,
como um poema líquido que seja
urgente recitar na eternidade!
David Mourão-Ferreira - Voto
Tempestade De Verão (1954)
É praxe que Zé Pelintra faça uma espécie de discurso de abertura, antes das consultas começarem. Ele fala sobre a plenitude do ser humano, alcançada somente quando sua verdadeira essência é seguida. Que o passado não dá respostas e que o olhar deve ser à frente. Que todo mundo colhe o que planta (...) Ele está terminando o atendimento de uma senhora e pede para que eu preste atenção. De forma simplista, ela tem um restaurante e acha que um concorrente está de olho gordo pra cima do negócio. Zé Pelintra ri, e diz que o sucesso só depende dela. Essa, aliás, é uma das principais lições que ele passa, de que nós somos responsáveis pelo nosso destino (...).
Questiono, então, já que o destino a nós pertence, por que aquele lugar está cheio. “É que as pessoas são desesperadas”, me diz Zé Pelintra. Elas não confiam em si mesmas e precisam que alguém lhes diga o que fazer. Ali, aparece gente com os mais variados problemas. Do básico, como a crise financeira que atinge um comerciante, aos números de um processo judicial. Pedem também pelos filhos, por um amor, por emprego.
Agarrado à garrafa de 51, seu Zé me fala que nós somos responsáveis pelo o que acontece em nossa vida.
in https://medium.com/uma-quest%C3%A3o-de-f%C3%A9/meu-encontro-com-z%C3%A9-pelintra-8874f1c60acc
Pode acontecer que muitos, indivíduos ou povos, julguem, mais ou menos conscientemente, que «todos os estrangeiros são inimigos». Na maioria dos casos esta convicção jaz no fundo dos espíritos como uma infecção latente; manifesta-se apenas em actos esporádicos e desarticulados e não se constitui num sistema de pensamento. Mas quando tal acontece, quando o dogma não enunciado se torna premissa maior de um silogismo, então, no fim da cadeia, encontra-se o Lager. Ele é o produto de uma concepção do mundo levada às extremas consequências com rigorosa coerência: enquanto a concepção subsistir, as consequências ameaçam-nos. A história dos campos de extermínio deveria ser interpretada por todos como um sinal sinistro de perigo.
Primo Levi – Se Isto É Um Homem (1947)
Coleção Mil Folhas PÚBLICO (2002)
Para encherem a noite, os grilos não precisam mais que de uma lura.
Mesmo no cativeiro continuam a cantar...
Para o homem, momentos há -- e é doloroso reconhecê-lo -- em que até o universo é uma prisão.
Jorge Sousa Braga - Ao Relento
in O Poeta Nu [poesia reunida]
Assírio & Alvim (abril 2014)
Na primeira mercearia, o senhor Manuel, que já não era o jovem de há quarenta anos, carregava com dificuldade os caixotes de madeira para dentro, cheios de tristeza e azia. Desde que tinha sido completamente rodeado pelos hipermercados à entrada do subúrbio que o parco negócio que ele ainda conseguia fazer tinha ficado reduzido às compras de emergência. Nem as clientes de décadas, que até tinham tido direito a entregas gratuitas ao domicílio, queriam saber que ele continuava a levantar-se todos os dias às quatro da manhã para se ir abastecer e de seguida as desentalar sempre que o planeamento semanal dos jantares falhava. Elas agora só queriam promoções, sorteios, cartões de cliente e quilos de sacos grátis para o lixo. Elas, que tinham feito dele um homem rico, vingavam-se agora por todos os anos em que ele lhes tinha ferrado nos preços dando azo a inúmeras discussões domésticas.
Ricardo Adolfo, Mizé - Antes gálderia do que normal e remediada
Alfaguara (2011)
Um país precisa de uma janela
por onde se possa olhar
Jorge Sousa Braga - Janela do Convento de Cristo em Tomar
in O Poeta Nu [poesia reunida]
Assírio & Alvim (abril 2014)
crédito foto:https://www.flickr.com/photos/mhelenaconceicao/10419487436
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