venham mais cem
Parabéns e boa noite, querida São Bento.
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anotações e apontamentos que dizem tudo - de, por e para mim - por si mesmos.
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Parabéns e boa noite, querida São Bento.
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A Portuguesa
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu novos mundos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra e sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
Data: 1890 (alterações de 1957)
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil
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" Mas, depois que vi e examinei essa proposta, reconheci com pasmo que ela de nada serviria a bem da Nação, nem contra os tais famosos costumes de administração.
As consequências desses costumes, que o Sr. Ministro não quis denunciar-nos como devia, são no entanto bem frisantes e dolorosas, e definem-se em duas palavras: uma dívida pública de perto de 800.000.000$000 réis; uma dívida flutuante que vai até 72.000.000$000 réis; impostos que têm sempre aumentado, até quase quintuplicarem, de 1852 para cá; e, por outro lado, o País sem instrução, nem exército, nem defesa das costas, e fronteiras, nem marinha, nem, auxílio aos operários, nem nada do que se pede e precisa, porque nem sequer temos estradas, já que as existentes, que nos custaram dezenas de milhares de contos de réis, destruiu-as a triste iniciativa e casmurrice do Sr. João Franco num dos seus Ministérios anteriores, não consentindo nas reparações necessárias, e inutilizando assim um importante capital nacional que, pelo contrário, era mister valorizar e aumentar.
Nós não temos absolutamente nada.
Os costumes de administração foi o que deram: o País à beira da ruína; o desgraçado consumidor a braços com o imposto de consumo, que o leva à tuberculose e à miséria; o contribuinte cada dia mais incapacitado de panar as contribuições sempre crescentes; o proprietário disposto a abandonar as suas terras; o viticultor impossibilitado cie colocar os seis vinhos.
Sr. Presidente: é a situação mais ruinosa e mais miseranda que se pode encontrar percorrendo a história, ainda mesmo dos povos que mais têm descido na sua economia e nas suas finanças.
(...)
Que espécie de contas são essas, que é preciso tanto tempo para as liquidar, e são precisos créditos especiais para as regularizar e encerrar?
A quem respeitam essas contas? Quando foram abertas? Que conhecimento se deu delas à Câmara? Onde está o relatório do Sr. Ministro da Fazenda explicando que contas são essas? Que enigma ouguet apens é este, armado à ingenuidade da Câmara, ou à desejada cumplicidade de uma parte dela, para lhe arrancar o voto de aprovação, que constituirá o encobrimento de crimes, por isso que se dará poderes para, pelos créditos autorizados, se desviar dinheiro da sua legal aplicação
(...)
E por isso insisto em perguntar:
Para quem foram esses dinheiros? Quem autorizou essas despesas ilegais? Por que razão são precisos créditos especiais para o encerramento das respectivas operações?"
Discurso de Afonso Costa, deputado republicano, na Câmara dos Deputados
em 20 de Novembro de 1906.
Afonso Costa, ainda hoje, é o único presidente do Governo e ministro das Finanças português que, em contexto democrático, obteve dois superavites 1912-13 e 1913-14
(cf. Nuno Valério - Os Orçamentos no Parlamento Português, 2001)
in https://www.publico.pt/politica/noticia/afonso-costa-e-o-revisionismo-em-historia-1701826
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