(...)
A Cecília
as palavras tocam-nos como braços e dedos
murmuram como plátanos e choupos frondosos
Cecília, que tocou-me com sincera simpatia
sem ver-lhe o rosto, nunca
um calor embrulhado num pedaço de papel,
nas frases coloridas de silêncios e conversas
há arrepios que arrebatam e frases ditam
o sol em dias tristes
nunca um vício seja, antes seja prazer e gozo
como rosto colado à janela a ver se vem
assim mantive, hábito de criança que granjeara
infantil curiosidade.
vibraram em cada fibra, figura crepuscular
corri cortinas ao sol exterior, alheio a mim
devolvo a simpatia na imagem recíproca
de prazer imenso
edmund